Título: EUA e UE oferecem ajuda aos japoneses
Autor: Trevisan, Claudia
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/03/2011, Internacional, p. A20

Casa Branca se preocupa com possibilidade de vazamento nuclear e envia apoio logístico para participar dos trabalhos de resgate

Horas depois de o tsunami atingir o nordeste do Japão ontem, Estados americanos da Costa do Pacífico, Havaí e Alasca entraram em alerta por causa do temor de que gigantescas ondas atingissem os EUA. Em Washington, o presidente Barack Obama ofereceu apoio logístico aos japoneses. A União Europeia (UE) enviou condolências e também expressou sua disposição de ajudar os japoneses.

Uma das principais preocupações do governo americano era a segurança das instalações nucleares no Japão. A Casa Branca estava em contato direto com Tóquio para tentar evitar que uma tragédia nuclear atingisse o território japonês.

"Conversei com o primeiro-ministro Naoto Kan e perguntei especificamente sobre as usinas nucleares e sobre a potencial vulnerabilidade em consequência do terremoto. Ele me disse que não foram vistos sinais de vazamentos de radiação, mas, obviamente, é preciso tomar precauções", disse Obama. "Falei para Steve Chu, nosso secretário de Energia, para que permaneça em contato com autoridades japonesas e atue, caso se verifique problemas nas usinas."

Obama também demonstrou preocupação com a situação na costa americana. "Alertas de tsunami foram emitidos ao redor do Pacífico e já vimos ondas iniciais atingirem Guam e outros territórios dos EUA, no Alasca, no Havaí, assim como na Costa Oeste", afirmou.

A FEMA (órgão responsável pelo gerenciamento de situações de emergência nos EUA) divulgou uma série de recomendações para os moradores de áreas que poderiam ser afetadas. "Escutem o rádio para receber alertas de tsunami, se movam para regiões mais altas, se distanciem das praias e, caso vejam a água recuando, se afastem imediatamente da costa porque este é um alerta natural do tsunami", dizia um comunicado da entidade.

Outra preocupação de Obama era garantir a segurança dos cidadãos americanos no Japão e enviar ajuda humanitária. Helicópteros militares americanos baseados no Japão foram enviados para ajudar os trabalhos de resgate.

Os moradores da Califórnia passaram boa parte do dia temendo que um tsunami atingisse o Estado. Também havia o temor de que instalações nucleares californianas pudessem ser danificadas caso fossem atingidas. A preocupação maior ao longo do dia, no entanto, foi com o Havaí, que fica mais próximo do epicentro do terremoto.

"Estou com o coração partido por esta tragédia. Acho que, quando vemos o que ocorre no Japão, nos lembramos que, apesar de nossas diferenças culturais, linguísticas ou religiosas, a humanidade é uma só. Os japoneses são amigos próximos e tenho uma ligação pessoal com o povo japonês, em parte porque cresci no Havaí, onde me familiarizei com a cultura japonesa", disse Obama.

Europa. Os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, José Manuel Durão Barroso e Herman van Rompuy, manifestaram "grande preocupação" pelo terremoto. "A UE expressa sua solidariedade e suas condolências ao povo japonês e está preparada para ajudar o Japão."

O premiê britânico, James Cameron, disse durante a cúpula de líderes europeus, em Bruxelas, que Londres também pretende ajudar, mesma linha adotada pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, que se colocou à disposição do Japão.