Título: Manifestação bloqueia BR-364
Autor: Nossa, Leonencio
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/03/2011, Eonomia, p. B1

Operários da Camargo Corrêa reclamam de falta de transporte para deixar a obra

Um grupo de 50 funcionários da Camargo Corrêa bloqueou no final da tarde de ontem, por cerca de 20 minutos, a BR-364, num trecho no distrito de Jacy-Paraná. Eles fazem parte de uma legião de milhares de operários das obras da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, que fugiram desesperados dos incêndios e das quebradeiras nos alojamentos em um movimento organizado por um grupo de funcionários.

No dia anterior, a Camargo Corrêa havia informado que retirou os funcionários dos alojamentos com segurança. Os manifestantes que bloquearam a BR-364, no entanto, reclamaram que a empresa não forneceu transporte para que deixassem o complexo de Jirau.

Os manifestantes de ontem tentavam chegar ao centro de Porto Velho, a cerca de 70 quilômetros dali. Cansados de caminhar, eles resolveram bloquear a pista, causando um tumulto. Logo chegaram soldados da Polícia Militar de Rondônia.

"Não aguento mais andar", reclamou o operário Giovani Papim de Souza, 21 anos, aos policiais. "Ou a empresa tira a gente daqui, ou vamos continuar na pista." Os soldados, porém, conseguiram convencer o grupo a voltar para a margem da rodovia.

Foram deslocados 35 homens da Força Nacional de Segurança para garantir a segurança de operários e manter o patrimônio das empresas nos canteiros de obras de Jirau. Na manhã de ontem, outros 61 agentes da Força estavam a caminho de Porto Velho. A meta era aumentar esse continente para 126 policiais.

Homens da Polícia Militar e agentes do serviço de inteligência também atuaram na área onde estão os canteiros de obras.

A Camargo Corrêa assinou ontem um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho para garantir salário, alimentação e hospedagem para os trabalhadores que quisessem permanecer em Rondônia.

A empresa esclareceu, por meio de nota, que não houve alteração nos contratos de trabalho. Não foi descontado dos operários o período de paralisação das obras.