Título: Proibição inclui até ovos de páscoa
Autor: Ogliari, Elder
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/03/2011, Economia, p. B7

Os ovos de Páscoa, símbolo gastronômico - e sucesso de vendas - no período da Semana Santa, são o novo alvo do secretário de Comércio da Argentina, Guillermo Moreno, que decidiu impedir temporariamente a entrada dessas guloseimas, para proteger a produção nacional.

A ordem de atrasar a entrada dos produtos, denunciada pelo jornal financeiro portenho El Cronista, está prejudicando carregamentos de ovos de Páscoa fabricados no Brasil, brecados na alfândega entre a argentina Paso de los Libres e a brasileira Uruguaiana (RS). Além dos ovos, também há problemas para a entrada de doces, biscoitos e demais guloseimas.

Segundo fontes do setor alfandegário ouvidas pelo Estado, existe uma fila de caminhões na fronteira carregados com produtos alimentícios provenientes do Brasil, já que o Instituto Nacional de Alimentos (Inal), responsável pela liberação, estaria demorando de 15 a 20 dias para concluir os procedimentos.

De acordo com despachantes alfandegários, fora das ocasionais fases protecionistas do governo da presidente Cristina Kirchner, a demora do Inal na liberação de alimentos é, em média, de 72 horas. "Conhecendo como funciona este governo, considero que estas demoras fora do normal para alguns alimentos devem permanecer somente durante estas semanas prévias à Páscoa. Depois volta tudo à normalidade. Mais tarde, na época do Dia da Criança, vão pipocar medidas contra a entrada de brinquedos", disse uma fonte.