Título: Embrapa já tem demanda para serviço reativado
Autor: Tomazela, José Maria
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/03/2011, Economia, p. B11

SOROCABA - O Serviço de Gestão Territorial Estratégico criado com nova estrutura pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Campinas deve entrar em operação com grande demanda a ser atendida na área de geotecnologia.

O governo do Maranhão aguarda apenas a instalação da unidade para retomar o trabalho de zoneamento econômico ecológico do Estado, iniciado na gestão anterior da governadora Roseana Sarney (PMDB). Em 2000, o Maranhão contratou a Embrapa Monitoramento para fazer o zoneamento para dar suporte técnico às políticas públicas e orientar decisões estratégicas de agentes econômicos interessados em investir no Estado.

Além de concluir esse trabalho, interrompido na gestão seguinte, a governadora pretende dar sequência ao levantamento de aptidão agrícola do Maranhão, também realizado pela Embrapa. Outros serviços estratégicos que eram do Centro Nacional de Pesquisa e Monitoramento (CNPM) devem migrar para a nova unidade, entre eles o monitoramento de agroenergia e de fronteiras para atender o gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

O monitoramento por satélite, a geração de mapas e informações técnicas para permitir o acompanhamento das obras do acompanhamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a avaliação de seus impactos são outros serviços que a unidade vai assumir.

Ao anunciar o fortalecimento dessa área, na quinta-feira, o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, disse que o objetivo foi dar maior flexibilidade no atendimento às demandas da Presidência da República, assim como de outros órgãos federais e estaduais. "Como uma unidade administrativamente descentralizada, o Serviço de Gestão Territorial Estratégico terá como atribuições a prestação de serviços de apoio a trabalhos relacionados a zoneamentos ecológicos e econômicos, bem como planos de manejo de áreas de proteção ambiental", afirmou.

A Agência Nacional de Águas (ANA) pretende utilizar os serviços da unidade para produzir um atlas dos sistemas hidrológicos do Brasil, com destaque para as grandes áreas sujeitas a inundações. O objetivo é planejar e fornecer subsídios ao governo para ações de controle da vulnerabilidade e prevenção de tragédias.

O presidente da agência, Vicente Andreu Guillo, disse que a decisão de dar mais autonomia ao serviço foi acertada. "O grupo de gestão territorial continuará contribuindo para o planejamento do uso sustentável dos recursos naturais e de gerenciamento do solo nas áreas urbanas."

O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), relator do projeto do Código Florestal, disse ontem ter sido de "alto espírito público" a decisão do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, e do presidente da Embrapa, de dar nova estrutura ao serviço de gestão territorial. "A medida repõe a instituição na sua condição de prestadora de serviço para o País e a sociedade." Ele disse que a folha de serviços prestados pela unidade tem reconhecimento nacional e internacional. "É um serviço multidisciplinar, que não atende apenas a agricultura."