Título: Diversificamos para diluir risco, diz executivo
Autor: Scheller, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/03/2011, Negócios, p. B20

À primeira vista, a composição do grupo Algar parece uma mistura de alhos com bugalhos. No entanto, o presidente executivo da companhia, Luiz Alexandre Garcia, defende que a mistura não é problemática e já se provou salvadora em momentos de dificuldade. "Somos diversificados por opção", afirma Garcia, que representa a terceira geração da família à frente dos negócios fundados pelo avô, Alexandrino. "É uma forma de diluir os nossos riscos."

Ter negócios em setores sem clara relação, explica o executivo, permite que o grupo colha frutos de um lado enquanto investe de outro. Responsável por 57% do faturamento de R$ 2,6 bilhões do Algar em 2010, as áreas de telecomunicações e TI consumiram quase a totalidade dos investimentos. Já o segmento de agronegócio, que responde por 34% das receitas, consome uma parcela modesta de recursos.

A atuação do Algar em agronegócio está fortemente focada na cadeia produtiva da soja - a companhia tem terras próprias, mas atua principalmente com matéria-prima terceirizada. Atualmente, o grupo concentra suas forças especialmente na nova fronteira agrícola de Tocantins, Piauí e Maranhão - neste último Estado, instalou uma unidade de refino de óleo.

Embora Garcia afirme que o objetivo do Algar é focar a atuação em setores de alguma forma ligados a seus principais pilares, ele revela que a compra da Rio Quente Resorts, localizada em uma área de fontes termais em Goiás, foi um "negócio de oportunidade". O resort recebe cerca de 1 milhão de turistas por ano. Agora, para dar conta da crescente demanda, o grupo investe na construção de um novo hotel, que vai elevar o número de quartos disponíveis no complexo de 564 para 760.

Entre os segmentos "acessórios" que compõem o grupo estão ainda a Algar Aviation, especializada em aviação executiva, e a Algar Mídia, que inclui a impressão de guias telefônicos e o jornal Correio de Uberlândia.