Título: Maioria das experiências inclui parcerias
Autor: Balmant, Ocimara
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/03/2011, Vida, p. A30

Além da apropriação de outros espaços, as experiências de educação integral no Brasil mostram que boa parte do conteúdo também é "extra-escola".

Ademais do trabalho com secretarias como a de assistência social e a de esportes, a maioria das escolas estabelece parcerias com universidades e ONGs. "Dá certo quando se compõe junto o conteúdo", diz Isabel Santana, da Fundação Itau Social.

Em Belo Horizonte, onde 90% das atividades da jornada ampliada são realizadas fora dos colégios, o leque de parceiros é amplo. Só de instituições de ensino superior, são 13. Delas, saem cerca de 600 universitários que atuam nas escolas municipais. Cada um trabalha 20 horas semanais e recebe bolsa de R$ 420 para atuar em oficinas de dança, teatro e esportes, entre outras.

Há também agentes do próprio entorno, que trabalham com carteira assinada em atividades como aulas de capoeira. "Os alunos têm uma sensação de pertencimento. Estão com um educador da região em que moram", diz Neusa Macedo, coordenadora do programa Escola Integrada.

No Estado de São Paulo, 321 escolas estaduais atuam em jornada ampliada, sendo 52 na capital. A proposta é que o "aluno integral" desenvolva atividades no "contraturno" em entidades como o Centro Paula Souza e o sistema "S", como Sesi e Senai.

Nas parcerias com ONGs, a seleção deve ser rigorosa. "Há algumas que são cabides de emprego e usam a escola para balizar essa irregularidade", diz Cleonara Schwartz, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo. "Nesses casos, a criança só faz passeios e projetos com estagiários."