Título: Fernanda se defende no caso Panamericano
Autor: Oscar, Naiana
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/03/2011, Economia, p. B1

No discurso de despedida da presidência da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho defendeu ontem publicamente as operações feitas pela instituição sob seu comando para a aquisição do Banco Panamericano, então pertencente ao empresário Silvio Santos.

A polêmica negociação acabou sendo decisiva para desgastar seu prestígio no cargo e provocou sua substituição por Jorge Hereda, que assumiu ontem a presidência da Caixa.

Numa plateia repleta de ministros, parlamentares e representantes do setor financeiro, Maria Fernanda disse que deixa o cargo "com a consciência do dever cumprido". Ela rebateu críticas à operação, apontada por especialistas como prejudicial para a instituição, afirmando que se cercou de todos os cuidados técnicos antes de concretizá-la.

"É importante salientar que a decisão da compra foi tomada em função das convergências acordadas, principalmente em setores que a Caixa não possuía ou tem apenas participação, a exemplo da carteira de veículos. A aquisição foi feita após terem sido tomadas todas as medidas que as boas práticas do mercado sugere", argumentou. A ex-presidente disse que deixa o cargo cinco anos depois da posse com a convicção de que deixou a questão do Panamericano "equacionada"

Em sua fala, o novo presidente da Caixa, Jorge Hereda, não tratou do caso Panamericano. Preferiu se concentrar na promessa de acabar com burocracias, consolidar o modelo de atendimento da instituição e de rever urgentemente as instalações físicas desse sistema. Defendeu também o avanço na área comercial, onde considera existir potencial para avançar em relação à concorrência.