Título: Standard Bank fecha escritórios de private equity
Autor: Oscar, Naiana
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/03/2011, Negócios, p. N4

Enquanto os bancos brasileiros de varejo iniciam uma corrida para disputar empresas emergentes no mercado com seus fundos de private equity, há quem esteja tirando seu time de campo. O sul- africano Standard Bank, que há dois anos se estabeleceu para valer no País, com projetos ambiciosos, desmontou há um mês a equipe responsável por comprar participações em empresas brasileiras.

Em dezembro de 2009, o banco fez seu primeiro e único investimento no Brasil: comprou do banco Pátria, por R$ 70 milhões, o controle da rede Casa do Pão de Queijo (CPQ). Um ano depois, em entrevista ao Estado, o diretor-gerente e chefe regional de Mercados Globais do Standard Bank, Brad Koen, demonstrou pleno interesse em continuar investindo em companhias de médio porte no País.

Os projetos foram interrompidos por uma determinação recente do banco central da África do Sul, que impede as instituições financeiras do país de continuarem comprando fatias de empresas como opção de investimento. A medida tem o objetivo de proteger os correntistas, já que essas atividades são consideradas de maior risco. A regulação anterior já era rigorosa: exigia que todos os bancos sul-africanos pedissem autorizações prévias para cada investimento.

"O Standard Bank não está vendendo as operações de private equity que possui. No entanto, não buscará novas oportunidades", disse Marcelo Di Lorenzo, responsável pela área de private equity do banco no Brasil. "Essa foi uma decisão estratégica do grupo em âmbito mundial, em função do ambiente regulatório global não ser favorável a esse tipo de operação por bancos neste momento."

As empresas que já receberam aporte continuarão na carteira do banco até o período de maturação. É o caso da Casa do Pão de Queijo. "O negócio está indo bem e estamos muito contentes com ele." Os planos iniciais do Standard Bank no Brasil eram de investir entre US$ 10 milhões e US$ 50 milhões por transação, principalmente nos setores de varejo, bens de consumo e serviços em geral. Sem o braço de investimento, o banco sul africano centrará esforços na assessoria de fusões e aquisições, um de seus fortes.