Título: A dura tarefa de derrotar um líder no exercício do cargo
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/04/2011, Internacional, p. A10

O caminho para tirar um presidente no exercício do cargo é sempre árduo, mas os adversários de Barack Obama têm dois trunfos importantes.

O primeiro: a demora para candidatos de ponta entrarem na disputa. Além de poupar energia e recursos, isso distancia postulantes como o governador Haley Barbour, de Mississippi, e o ex-governador Mitt Romney, de Massachusetts, da imprevisível disputa orçamentária entre republicanos e democratas em Washington.

O segundo: um esforço de líderes partidários para retardar a unção de um nomeado quando começar a seleção de delegados no começo das primárias do próximo ano. Em vez de um veredicto relâmpago produzido por eleitorados minúsculos nos Estados que votam mais cedo, o Comitê Nacional Republicano busca uma competição mais prolongada para testar na batalha seu principal candidato - como Hillary Clinton testou Obama em 2008. "Isso resulta em um nomeado mais forte no fim", disse Ed Gillespie, ex-presidente do partido e consultor do presidente George W. Bush. Considerando que os presidentes no cargo que buscam a reeleição desde 1900 venceram 14 vezes e perderam apenas cinco, os republicanos precisam de um candidato testado.

A esta altura, em 1995, vários candidatos importantes haviam entrado na corrida contra Bill Clinton. O concorrente mais forte, senador Bob Dole, anunciou sua candidatura em 10 de abril. Dole uniu-se ao presidente da Câmara, Newt Gingrich, numa disputa orçamentária com Clinton que terminou numa paralisação do governo. Os ataques de Clinton aos cortes "Dole-Gingrich" estropiaram a chapa republicana.

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