Título: Novo tremor derruba bolsas nos EUA e Europa
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Fonte: O Estado de São Paulo, 08/04/2011, Internacional, p. A12

Queda na procura por passagens faz maior companhia aérea do Japão anunciar redução de voos internacionais

O novo terremoto no Japão derrubou ontem bolsas nos EUA e na Europa. O índice Dow Jones recuou 0,14%, o Nasdaq caiu 0,13% e o S&P 500 desvalorizou 0,15%. Na Europa, o FTSEurofirst 300 chegou a subir, mas fechou com baixa de 0,3%.

"A notícia do terremoto quebrou a tendência de alta e, sem mais detalhes sobre a extensão dos danos, as pessoas usaram isso como desculpa para obter lucros", disse Lionel Jardin, analista da Global Equities.

"Os índices começaram a cair após as notícias do Japão, que parecem ter causado um pouco de nervosismo e fizeram algumas pessoas lucrarem com isso", afirmou Nick Kalivas, analista da MF Global.

Pressionado não só pelo tremor no Japão, mas também pela crise na Líbia e no Oriente Médio, o preço do petróleo disparou. Em Nova York, o contrato para entrega em maio subiu US$ 1,47, para US$ 110,38. Em Londres, teve alta de US$ 0,37, atingindo US$ 122,67.

Ontem, antes do novo tremor, o Banco do Japão (banco central) já havia reduzido as perspectivas de recuperação econômica do país por causa do terremoto seguido de tsunami do dia 11.

A tragédia destruiu a maioria das fábricas do norte do Japão, afetando o abastecimento e causando escassez de vários produtos, de peças de automóveis a derivados do leite. "A economia enfrenta uma forte pressão por causa do terremoto", diz um relatório do banco, que decidiu manter a taxa de juros do país em 0,1%.

Hiroshi Watanabe, do Instituto Daiwa, estima que os prejuízos do desastre cheguem a US$ 120 bilhões. O governo japonês injetou quase US$ 1 trilhão no sistema financeiro para estabilizar a economia.

A Japan Airlines anunciou ontem uma licença não remunerada voluntária, em maio e junho, para seus 12 mil funcionários. Em março, o volume de passageiros em voos internacionais da companhia foi 25% menor do que o esperado. A JAL anunciou o corte de 74 voos internacionais - 5% do total da empresa.