Título: Oposição do Iêmen rejeita imunidade a presidente
Autor: Netto, Andrei
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/04/2011, Internaconal, p. A16

Porta-voz diz que vê com bons olhos proposta de transição, mas outros dissidentes criticam a aprovação de benefícios

O porta-voz da oposição iemenita, Mohamed al-Sabri, reagiu ontem positivamente à proposta do Conselho de Cooperação do Golfo para que o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, deixe o cargo. Os dissidentes, entretanto, rejeitam conceder imunidades judiciais a Saleh, no poder há 32 anos, e a membros de sua família.

"Afirmamos que essa é uma revolução popular que exige a queda e o julgamento de um regime para a construção de um novo Estado, controlado pela sociedade civil, em acordo com a vontade do povo - não de interesses internacionais ou partidos políticos que não nos representam", informaram os manifestantes em comunicado divulgado na capital Sanaa.

De acordo com Sabri, a intervenção do conselho, composto por Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes, Omã, Catar e Kuwait, daria a Saleh a opção de permanecer no Iêmen após sua queda. Uma fonte da oposição, contudo, afirmou que tanto o presidente quanto o general Ali Mohsen al-Ahmar - um antigo aliado do líder iemenita que havia desertado após o assassinato de 52 manifestantes - deverão deixar o país, segundo os termos do acordo.

O vice-presidente iemenita, Abd al-Rab Mansur al-Hadi, a quem o governo seria entregue nos termos da proposta, afirmou que não aceitará ser o presidente durante a transição, sugerindo que Saleh aponte um novo sucessor.