Título: País recupera posto entre os exportadores
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/04/2011, Economia, p. B7

O real valorizado tira competitividade do produto brasileiro e a recuperação do crescimento do volume de exportações brasileiras em 2010, depois de um ano de crise, fica abaixo da expansão do comércio mundial. Em 2010, o País recuperou sua posição de 22.º maior exportador do mundo, que havia perdido em 2009. Mas a Organização Mundial do Comércio (OMC) admite que a moeda foi um obstáculo e o superávit do País apenas foi mantido graças ao aumento nos preços das commodities.

Segundo os cálculos da OMC, a participação do Brasil no mercado mundial ficou estagnada entre 2009 e 2010. Nesse período, o País abocanhou 1,3% das exportações internacionais. Apesar de subir no ranking, isso não significou a conquista de novos mercados.

Segundo os dados da OMC, o Brasil registrou uma expansão em volume em suas vendas de 10,9%, contra uma média mundial de 14,5%. O volume de vendas da China teve uma expansão quase três superior à do Brasil no ano. Já a América do Sul registrou ainda a pior expansão comercial em volumes no mundo, de apenas 6,5%.

O que permitiu ao Brasil subir no ranking dos maiores exportadores foi a alta dos preços de minérios e outros recursos naturais, e não a competitividade do País. Em valores, as exportações brasileiras subiram 32%. Mas, desses 32% de aumento da renda obtida com a exportação nacional, 19% veio do aumento dos preços. Nos últimos cinco anos, a valorização das commodities também ajudou o Brasil a ficar entre os que registraram o maior crescimento de suas exportações, mas apenas em valores. A média de expansão foi de 11%, superado pela China e Índia.