Título: Empresas não deverão brigar por tarifa de energia maior, diz Lupi
Autor: Cabral, Gabriela
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/04/2011, Economia, p. B14

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse ontem não acreditar que haverá barganha das empresas por aumento da tarifa de energia além do acertado nos contratos, após as restrições contra intermediários na contratação de trabalhadores nas usinas hidrelétricas previstas no Plano de Aceleração ao Crescimento (PAC). Segundo Lupi, se os encargos trabalhistas resultarem em aumento de gastos, serão pequenos em relação ao ganho esperado pelas companhias nas Usinas Santo Antônio e Jirau.

"Quando você tem R$ 1 bilhão, R$ 1 mil não é nada. Os consórcios são muito grandes", afirmou. "Eles (consórcios) já ganharam muito dinheiro com salários baixos, não acho que vão reivindicar", acrescentou. Lupi ressaltou a criação de uma comissão tripartite para monitorar os contratos e a criação do marco regulatório do emprego de funcionários nas obras do PAC, que deve ficar pronto em dois meses.

Segundo ele, as construções previstas no programa, terão de adequar-se às novas regras, que buscam impedir a atuação de "gatos" entre os operários e as empresas. "Todas que entrarem agora terão o marco como base nos contratos. Até quem já está nos negócios atuais vai ter de se adequar", explicou, destacando que a construção de Belo Monte, perto de receber a licença ambiental, será uma das obras convidadas a aderir ao marco.

Sobre o cronograma de término da Hidrelétrica Jirau, onde uma rebelião em março paralisou as obras, Lupi disse que será mantido o prazo de março de 2012. Já a respeito de Santo Antônio, o ministro disse que as obras estão adiantadas e que acredita ser possível que a hidrelétrica entre em operação em dezembro deste ano.