Título: Itamaraty vê morte como positiva, mas evita elogios
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Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2011, Internacional, p. A10

Terrorista contribuiu para ideia de que muçulmanos só podem optar entre ditaduras e radicalismo, diz chanceler Patriota

O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, considerou ontem a morte do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, como positiva, não apenas para as vítimas dos ataques da organização radical, mas também para o mundo islâmico.

Apesar de não elogiar a ação americana ou o assassinato do terrorista, o ministro deixou claro que esse era um resultado esperado.

"Bin Laden contribuiu direta e indiretamente para que se estigmatizasse o mundo islâmico, como se as alternativas fossem entre a autocracia e o fundamentalismo islâmico. Nós sabemos que não é o caso", afirmou o chanceler.

Após aula inaugural no Instituto Rio Branco, Patriota disse que o Brasil condena o terror sob todas as formas e repudia atos terroristas seja qual for a motivação.

"Nós só podemos nos solidarizar com as vítimas desses atos e com aqueles que buscam justiça nesse caso", afirmou.

O chanceler demonstrou preocupação com possíveis represálias da organização - não contra o Brasil, fora do radar desses grupos -, mas em outras áreas onde a Al-Qaeda já atacou. Por precaução, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal reforçou a segurança das embaixadas.

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