Título: Al-Qaeda confirma a morte de Bin Laden e jura vingança contra EUA
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Fonte: O Estado de São Paulo, 07/05/2011, Internacional, p. A10

Enquanto organização promete continuar jihad contra americanos e seus aliados, Casa Branca diz ter adotado medidas de "extrema vigilância"; ameaça de ataque contra sistema ferroviário do país tinha sido encontrada em computadores achados em esconderijo

Cinco dias após o anúncio oficial feito pelo presidente dos EUA, Barack Obama, a Al-Qaeda confirmou ontem a morte de seu líder Osama bin Laden e prometeu vingança contra os americanos e seus aliados, incluindo o Paquistão. Em resposta, a Casa Branca, por meio do porta-voz Jay Carney, informou ter adotado medidas de "vigilância extrema".

"O xeque combatente Osama bin Mohamed bin Laden foi morto pelos tiros da traição e da apostasia", escreveu a Al-Qaeda. "Em breve, com a ajuda de Deus, suas alegrias se transformarão em tristezas e seu sangue se misturará com suas lágrimas. Nem os EUA nem seus habitantes terão segurança até que dela se beneficiem nossos parentes na Palestina. Os soldados do Islã continuarão unidos e planejando ataques sem descanso."

O comunicado, divulgado em um site islâmico, é atribuído à chefia geral da organização. Ele anuncia também que a rede terrorista possui uma gravação de áudio com uma mensagem de Bin Laden que será divulgada em breve.

A gravação teria sido feita uma semana antes de ele ter sido morto pelos EUA. A CIA está investigando a autenticidade da mensagem. Diante da ameaça, o porta-voz da Casa Branca garantiu que o governo americano está em alerta.

"Estamos conscientes da possibilidade de uma ação (terrorista) e permanecemos extremamente vigilantes por essa razão", disse Carney.

Com base em documentos, computadores e discos rígidos apreendidos na operação que matou Bin Laden, o Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciou que a Al-Qaeda estaria preparando atentados contra o sistema ferroviário americano para marcar o 10.º aniversário do 11 de Setembro.

A informação mostra que o terrorista parecia estar envolvido ativamente nas operações da rede, pelo menos até fevereiro de 2010.

Ontem, a sexta-feira de orações no mundo muçulmano foi marcada por várias manifestações em homenagem ao líder da Al-Qaeda. No Cairo, em Istambul e em Quetta, no Paquistão, centenas de pessoas protestaram contra os americanos e convocaram uma jihad contra Washington.

Aproveitando o bom momento, Obama viajou ontem para Fort Campbell, no Estado de Kentucky, para reunir-se com os soldados que participaram da operação que matou Bin Laden (mais informações na página 14).

Na quinta-feira, o presidente, cuja popularidade saltou de 46% para 52%, segundo o instituto Gallup, depositou uma coroa de flores no Marco Zero, em Nova York, local onde ficavam as torres gêmeas destruídas no 11 de Setembro.