Título: Faltam critérios na aplicação dos recursos
Autor: Formenti, Ligia
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/05/2011, Vida, p. A14

Além da utilidade questionável, os recursos dos empréstimos da ANS às operadoras de saúde são aplicados de forma pouco transparente e de difícil controle.

O dinheiro é entregue diretamente para diretores técnicos e fiscais e, no caso de empresas em liquidação extrajudicial, para liquidantes. Todos os profissionais são escolhidos pela própria agência, num banco de pessoas formado por contadores, funcionários que vieram do Banco Central ou da Superintendência de Seguros Privados.

Nas liquidações extrajudiciais, o valor repassado varia de empresa para empresa. Não existem critérios legais para nortear esse valor.

De acordo com a ANS, o consultor apresenta o valor que foi gasto e o dinheiro é reembolsado pela agência pouco tempo depois.

Flexibilidade. Uma resolução da ANS estabelece apenas que valores pagos por serviços prestados devem "responder à média do mercado e guardar proporcionalidade do trabalho". Com essa flexibilidade, o que se vê são diferenças expressivas nos valores repassados para os profissionais. De fixo, apenas os salários dos diretores e liquidantes: R$ 8,6 mil, mais encargos do INSS de R$ 1,7 mil.