Título: China eleva compulsório pela quinta vez no ano
Autor: Netto, Andrei
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/05/2011, Economia, p. B11

Medida é nova tentativa de controlar a inflação que subiu em abril para a taxa anual de 5,3%, acima da expectativa de 5,2%

O Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país) anunciou ontem que vai elevar a taxa do compulsório dos bancos em 0,50 ponto porcentual - a quinta elevação este ano. O movimento pretende solucionar as preocupações com a inflação por meio da redução da liquidez no sistema bancário.

O aumento, que terá efeito a partir do dia 18, foi anunciado depois de o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subir 5,3% em abril, levemente menos do que a alta de 5,4% de março, porém acima das expectativas de avanço de 5,2%.

O PBOC elevou a taxa do compulsório seis vezes no ano passado e aumentou as taxas básicas de juros da economia do país quatro vezes desde outubro. A última elevação no compulsório começou a ter efeito em 21 de abril e a mais recente alta dos juros, em 6 de abril.

A taxa do compulsório da maior parte dos grandes bancos chineses vai subir para 21% depois do aumento anunciado ontem. Desde o fim do ano passado, o PBOC tem ordenado que alguns bancos guardem mais reservas, além da taxa determinada oficialmente.

Commodities. O anúncio do banco central da China provocou mais uma rodada de correção de baixa nos preços das commodities, fazendo forte pressão nas bolsas e no euro. Como grande consumidora de commodities, a China materializou os temores dos investidores.

Operadores dizem que além das preocupações com medidas de contenção da liquidez na China, a alta do dólar acrescenta munição a esta "segunda fase" de queda dos metais.

O petróleo por sua vez sente a pressão das considerações da Agência Internacional de Energia (AIE) de que os elevados preços do petróleo estão limitando o crescimento na demanda.

A agência cortou sua projeção para demanda em 2011 em 190 mil barris diários para 1,3 milhão de barris ao dia, citando a possibilidade de a gasolina a US$ 4,00 o galão intimidar o consumo dos americanos durante o pico do verão.

Depois de uma queda forte na quarta-feira, os preços do petróleo oscilaram várias vezes entre os territórios positivo e negativo. Na Nymex, os contratos de petróleo bruto para junho fecharam a US$ 98,97 por barril, em alta de US$ 0,76 (0,77%); a mínima foi em US$ 95,25 e a máxima em US$ 100,49.

Na Intercontinental Exchange (ICE), os contratos do petróleo Brent para junho fecharam a US$ 112,98 por barril, em alta de US$ 0,41 (0,36%), com mínima em US$ 110,15 e máxima em US$ 114,56. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS