Título: PSDB filtra cobranças, mas DEM e PPS elevam o tom
Autor: Rosa, Vera ; Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/05/2011, Nacional, p. A4

Tucanos queriam fazer só convite para ministro se explicar na Comissão de Fiscalização, enquanto os outros pedem convocação

Brasília

Principal partido da oposição, o PSDB está a reboque nas ações de cobrança de esclarecimentos sobre a empresa do ministro Antonio Palocci. DEM e PPS têm tornado a frente do processo ao levantar a necessidade de investigação no Ministério Público e da presença de Palocci no Congresso. O ministro goza de bom trânsito com lideranças tucanas. Sua atuação no ministério da Fazenda no governo Luiz Inácio Lula da Silva, quando manteve a base da política econômica da administração tucana, criou laços que permanecem.

Ontem, o ex-governador de São Paulo José Serra disse que Palocci não pode ser "crucificado". "Não tenho o papel de julgador a esse respeito. Acho normal que uma pessoa tenha rendimentos quando não está no governo e que esses rendimentos promovam variação patrimonial."

A atitude mais comedida dos tucanos pode ser observada na forma reticente como defenderam a presença de Palocci na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Enquanto PPS e DEM querem a convocação do ministro, o PSDB sugeriu que ele seja apenas convidado.

Além da presença do ministro no Congresso, a oposição vai pedir uma investigação na Procuradoria-Geral da República. A ação da oposição inclui também questionamentos junto a Receita Federal para verificar evolução patrimonial de Palocci.

Numa das raras manifestações de iniciativa própria, o líder tucano, Duarte Nogueira (SP), decidiu pedir informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). / Colaborou Daiene Cardoso