Título: UE aprova socorro de 78 bilhões de euros a Portugal
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Fonte: O Estado de São Paulo, 17/05/2011, Economia, p. B8

Representante da UE diz que prisão do diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, não terá nenhum impacto nos programas

Os ministros de Finanças da União Europeia (UE) concordaram unanimemente ontem com o pacote de socorro financeiro de 78 bilhões de euros para Portugal, depois de o endividado governo português pedir um empréstimo no início de abril.

"Os ministros concordaram com a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) de que o fornecimento do empréstimo a Portugal é justificado para preservar a estabilidade financeira na zona do euro e na UE como um todo", afirmaram os ministros da UE em comunicado conjunto divulgado durante reunião em Bruxelas.

Os 78 bilhões de euros serão divididos entre o fundo de socorro da União Europeia, o Mecanismo de Estabilidade Financeira Europeu; o fundo de socorro da zona do euro, a Linha de Estabilidade Financeira Europeia; e o FMI.

O programa exige que Portugal corrija seu déficit excessivo até 2013, reforme sua administração pública e do sistema de saúde, bem como inicie um plano de privatização ambicioso.

O programa também pede que Portugal estimule os investidores privados a manterem exposição a Portugal voluntariamente.

A prisão do diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, não terá nenhum impacto nos programas de resgate de países da zona do euro, disse um porta-voz da União Europeia.

Os acontecimentos "não terão nenhum impacto nos programas em andamento", disse o porta-voz do comissário de Assuntos Econômicos da União Europeia, Alli Rehn.

Ele disse ainda que a União Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu estão fazendo "esforços importantes" para facilitar as condições do empréstimo da Grécia - incluindo mudanças nos vencimentos e nas taxas de juro. O porta-voz afirmou que a reestruturação da dívida da Grécia não está em discussão.

"Sem paciência". A Comissão Europeia e os maiores países da zona do euro - incluindo Alemanha, França, Itália e Espanha - pedem que a Grécia forneça garantias se for receber mais um socorro, segundo informação de um ministro europeu que participou da reunião de autoridades de Finanças em Bruxelas. "A paciência com a Grécia está ficando muito pequena", disse. "Existe o entendimento de que uma segunda linha de crédito deveria ser oferecida à Grécia, mas há muitos pedidos por garantias." / DOW JONES NEWSWIRES