Título: Barbassa confirma corte de investimentos na Petrobrás
Autor: Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/05/2011, Economia, p. B4

Recomendação foi feita pelo governo federal, principal acionista, em reunião do conselho da empresa na sexta-feira

O diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, confirmou ontem que a estatal terá de reduzir seu plano de investimentos por recomendação do seu principal acionista, o governo federal. A recomendação, feita durante a reunião do conselho de administração, na última sexta-feira - conforme o Estado havia antecipado - foi um dos fatores que provocou o adiamento da divulgação do novo plano de negócios da companhia para o período entre 2011 e 2015.

Sem entrar em detalhes sobre qual o montante que terá que ser cortado do plano, e se haverá a necessidade de redução de projetos, Barbassa afirmou apenas que o corte de custos é "um dos pontos que a companhia terá que avaliar" antes de reapresentar ao conselho uma nova versão do programa.

Segundo ele, a companhia já conseguiu reduzir em 45% os custos estimados para o desenvolvimento das áreas do pré-sal em relação ao previsto na época da perfuração dos primeiros poços entre 2006 e 2007. Mas terá que acrescentar outros US$ 13 bilhões de investimentos na área recebida do governo por meio da cessão onerosa, durante o processo de capitalização em 2010.

Em uma prévia do que deverá constar na revisão do plano, a Petrobrás já havia divulgado que os investimentos no pré-sal saltariam de US$ 33 bilhões para US$ 73 bilhões, dos quais US$ 53 bilhões referem-se apenas à sua participação. O restante terá que ser aplicado pelos principais sócios da companhia no pré-sal, como a espanhola Repsol, a britânica BG e a portuguesa Galp.

A previsão média do mercado era que o novo plano de negócios viria com acréscimo de pelo menos 20% sobre a versão anterior, que projetava US$ 224 bilhões para o período de 2010 a 2014.

Para 2011, estão previstos investimentos de US$ 93 bilhões, mas Barbassa admite que a exemplo do ano passado, o orçamento pode não ser cumprido. Em 2010, dos US$ 85 bilhões previstos, foram investidos US$ 76 bi.

Além da captação que ainda deverá fazer no mercado, Barbassa disse que a companhia vai buscar fontes alternativas de financiamento do seu plano.