Título: Diretor do BC prevê inflação perto de zero nos próximos 2 a 3 meses
Autor: Simão, Edna
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/05/2011, Economia, p. B4

RIO - O Estado de S.Paulo O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, previu ontem índices de inflação perto de zero para os próximos dois a três meses. Em palestra no seminário Rio Investors Day, o diretor lembrou que índices de preços divulgados no dia vieram abaixo das expectativas do mercado, o que aponta para uma tendência de arrefecimento da inflação.

"Teremos índices bastante próximos de zero nos próximos dois a três meses", disse Mendes. Segundo ele, a perspectiva de queda dos índices está sendo ajudada por uma inflação mais baixa de alimentos. "A inflação, como a gente aguardava, mostra uma tendência de queda."

A tendência, disse Mendes, também já foi sinalizada pela pesquisa Focus do BC, divulgada ontem, que trouxe expectativa de inflação mais baixa para 2011. No levantamento feito com as principais instituições financeiras do País, a mediana das projeções para a inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o índice oficial de inflação - cedeu de 6,27% para 6,23%.

O executivo ressaltou que os dois principais desafios do governo hoje, na área econômica, são fazer com que a inflação convirja para a meta e administrar o fluxo de capital externo que entra no País. Ele também afirmou que os juros continuam a ser a principal medida de contenção da inflação. Na palestra, Aldo Mendes classificou as medidas macroprudenciais adotadas pelo governo como "medidas adicionais" para o controle da alta de preços.

O pacote, que tinha entre seus objetivos reduzir o crédito no mercado, já surtiu efeito, segundo executivos do Santander e do Itaú presentes ao evento. O vice-presidente de Finanças e diretor executivo de Relações com Investidores do Santander, Carlos Galan, prevê que a expansão do crédito no banco ficará em 17% em 2011, ante 22% do ano passado. Já o vice-presidente executivo do Itaú Unibanco, Alfredo Setubal, espera um crescimento entre 16% e 20%, mais para perto de 16% do que de 20%, diz ele, o que representa uma desaceleração em relação aos 21% de 2010.

Previsão do BC

ALDO MENDES DIRETOR DE POLÍTICA MONETÁRIA

"A inflação, como a gente aguardava, mostra uma tendência de queda"