Título: Meta do BC é inflação baixa, diz Tombini
Autor: Leopoldo, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/06/2011, Economia, p. B11

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reafirmou que a autoridade monetária tem como objetivo manter os índices de preços baixos. "A sociedade quer inflação baixa, e o BC tem o compromisso de mantê-la baixa", disse o presidente do BC, ao discursar na cerimônia de entrega do prêmio AE Projeções de 2011, realizado pela Agência Estado, em São Paulo.

JB Neto/AETop. Tombini (E) entrega prêmio a Octavio de Barros do Bradesco De acordo com Tombini, a estabilidade dos preços registrada pelo País nos últimos anos tem sido "um dos pilares do sucesso da economia brasileira".

O Banco Central já manifestou oficialmente que seu foco principal é fazer com que a inflação convirja para o centro da meta, de 4,5%, em 2012, embora ressalte que fará de tudo para que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique o mais baixo possível neste ano.

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O índice oficial de inflação registrou alta de 0,77% em abril, o que representa uma elevação de 6,51% no acumulado de 12 meses. "O BC tomará todas as medidas para a inflação convergir à meta", afirmou Tombini em seu discurso.

O presidente do BC ressaltou que o Brasil vive hoje "o mais elevado nível de bem-estar das últimas décadas e possui perspectivas muito boas de que essa conjuntura favorável se estenda nos próximos anos".

Além de inúmeras oportunidades de investimentos, sobretudo em infraestrutura, Tombini destacou que o País tem grande potencial de expansão da sua participação no mercado global de commodities.

Para o presidente do BC, a economia mundial continua apresentando desafios com relação a seu desempenho no curto prazo. "Há dúvidas sobre a recuperação da economia americana", afirmou, ressaltando que é preciso que os analistas observem os próximos dados sobre os Estados Unidos para que possam avaliar suas implicações para a economia doméstica.

Desafios. Tombini voltou a fazer uma referência indireta de que o alto fluxo de capitais que circula pelos países em desenvolvimento traz desafios para manter a estabilidade de preços. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já responsabilizou os Estados Unidos por "inundarem" o mundo com dólares, com a adoção da política de afrouxamento quantitativo de injetar no total US$ 2,3 trilhões.

"Economias emergentes têm o desafio de combater a inflação num contexto de elevada liquidez internacional", disse Tombini.

Ao comentar o Ranking AE Projeções, o presidente do BC afirmou que a confiança dos agentes econômicos de que a inflação permanecerá baixa no médio e longo prazos permite a realização de projeções apuradas sobre o desempenho da economia.

"As projeções contribuem para prospecção de oportunidades e colaboram para aumento dos investimentos, consumo e bem-estar da população", afirmou. "Parabenizo a Agência Estado pela realização do prêmio, que é uma iniciativa inteligente e colabora para o desenvolvimento do País."

Tombini destacou que o trabalho de realização de projeções é complexo e relevante, requerendo grande capacidade técnica dos profissionais para analisar dados que permitam construir modelos econométricos.

"É importante que o profissional que realiza projeções tenha conhecimento técnico, mas também maturidade", disse.