Título: Alemanha aprova nova ajuda à Grécia
Autor: Monteiro, Tânia ; Veríssimo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/06/2011, Economia, p. B18

O Parlamento da Alemanha aprovou ontem, uma nova ajuda para a Grécia, mas impôs condições. Os parlamentares votaram a favor de uma moção para que os detentores de bônus privados e o Fundo Monetário Internacional (FMI) assumam responsabilidade parcial por qualquer novo socorro, o que pressionará o governo a buscar medidas que encontram resistências no Banco Central Europeu (BCE).

"O Parlamento pede que o governo apoie mais tranches (parcelas de ajuda) e qualquer nova assistência financeira apenas junto com a participação financeira do FMI" e dos credores privados, afirmaram os parlamentares na resolução.

Antes de a coalizão de centro-direita votar a favor da moção, o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou aos parlamentares que fazer os credores privados assumirem mais risco no caso de um calote ou de uma reestruturação da dívida da Grécia é "inevitável" e que é difícil dizer quanto mais em ajuda a Grécia vai precisar.

"Se há dúvidas sobre a capacidade de a Grécia pagar suas dívidas, então a participação do setor privado na solução desse problema é inevitável", declarou. Schaeuble reconheceu que o BCE e a França são contra o envolvimento do setor privado em uma reestruturação da dívida grega, mas disse que a Alemanha está trabalhando com BCE, FMI e Comissão Europeia para encontrar um compromisso que inclua uma "participação de risco justa" para os credores.

Plano. Os ministros de Finanças da União Europeia estão considerando um plano para que os detentores de bônus da Grécia voluntariamente aceitem uma troca de entre 20 bilhões e 35 bilhões em bônus existentes por bônus com vencimentos mais longos, afirmou a revista alemã Der Spiegel.

Em um artigo que será publicado neste fim de semana, a revista afirma que o tamanho e a estrutura da rolagem da dívida grega é um compromisso entre o governo da Alemanha e outros da zona do euro. O compromisso tornaria voluntária a participação na rolagem da dívida, diz a revista.

"É possível organizar a participação dos investidores privados em uma base voluntária", afirmou o ministro de Finanças da Bélgica, Didier Reynders, à revista. "A Alemanha, então, poderia apoiar isso também." / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS