Título: Previ quer abrir capital da Invepar em 2012
Autor: Ciarelli, Mônica
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/06/2011, Negócios, p. B14

Para fundo de pensão, IPO seria forma de captar recursos para ampliar investimentos

RIO - O Estado de S.Paulo

A grande oferta de projetos em infraestrutura levou a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a fixar prazo até outubro de 2012 para abertura de capital da Invepar, empresa de participações em projetos nessa área. "As oportunidades de investimentos no País são muitas e o cobertor é curto", afirmou o diretor de participações da Previ, Marco Giovanne Tobias da Silva.

A Invepar é o instrumento para o fundo participar de licitações como, por exemplo, a do trem-bala. Além da Previ, com 40%, a empresa tem participação também da construtora OAS, a Petros e a Funcef (fundos de pensão da Petrobrás e da Caixa, respectivamente), cada um com 20%. Com a operação, o grupo esperar viabilizar a necessidade de caixa da empresa, que precisará de algo entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões para fazer frente aos projetos nos próximos dois a três anos.

"A geração de caixa hoje não é suficiente para o que a gente quer investir, por isso, pensamos em um IPO (sigla em inglês para a oferta inicial de ações)." O diretor calcula que a abertura de capital seja de, no mínimo, R$ 1,5 bilhão para atender à regra do Novo Mercado da Bovespa de ter ao menos 25% das ações em livre circulação (free float) no mercado.

Hoje, a Invepar tem um valor de mercado na casa dos R$ 4 bilhões. O diretor revela que a Invepar quer ampliar seu foco de investimento, hoje concentrado em transporte urbano e rodovias, para analisar também as licitações de aeroportos e investimentos em portos.

No portfólio da Invepar está a concessão do Metrô do Rio de Janeiro, da Linha Amarela, também no Rio, a rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, e o Arco Rodoviário no polo de Camaçari, na Bahia.

Segundo Silva, investimentos em infraestrutura são adequados para fundos de pensão por oferecerem uma garantia de retorno de longo prazo. Na mesa da entidade estão sendo avaliados negócios como a privatização de aeroportos, já anunciada pelo governo para Guarulhos, Viracopos e Brasília e a linha 4 do Metrô no Rio de Janeiro. O projeto de trem bala ligando Rio e São Paulo, cujo leilão está previsto para julho, também está no radar da Invepar.

Crescimento. A intenção de abrir o capital da companhia em 2012 foi revelada durante um evento marcado para a diretoria da Previ fazer um balanço de seu primeiro ano de gestão. Ricardo Flores, que assumiu o comando da entidade em junho do ano passado, lembra que o patrimônio do fundo cresceu R$ 13,5 bilhões no período, totalizando R$ 153,8 bilhões.

No evento, Flores ressaltou que o fundo continua buscando uma saída para as participações detidas na Neoenergia e na CPFL, que, juntas, são avaliadas em quase R$ 14 bilhões. Segundo ele, ainda não há uma decisão tomada a respeito do aproveitamento das sinergias entre as duas companhias e ressaltou que não há "dificultador" nas conversas com os demais sócios das empresas.

O diretor de participações da Previ acrescentou que o fundo de pensão quer encontrar o melhor modelo, que possibilite a maior geração de valor para os ativos da fundação. As opções estudadas vão desde uma fusão entre as duas empresas até a venda de uma das participações, passando até pela redução das fatias detidas nas companhias.

"Estamos na fase de enxergar qual decisão ajuda a organizar melhor o setor, que agregue mais valor aos ativos da Previ e que esteja de acordo com os sócios e os órgãos reguladores. Não poderia ser diferente disso", completou Flores.