Título: Bancos e governos temem contágio generalizado
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/06/2011, Economia, p. B10/11

Bancos e governos europeus foram tomados por mais um terremoto ontem diante da crise na Grécia e do contágio que já se demonstra cada vez mais claro. Na França, a bolsa chegou a perder 1,5%, a Alemanha registrou queda de 1,2%. Mas parte da queda foi recuperada ao final do dia. Até a Bovespa registrou queda, 1,17%

Mas é o contágio europeu que assusta. O risco de segurar 10 milhões em dívida da Grécia atingiu 2,8 milhões, um recorde. Ontem, mesmo diante do resgate temporário, a crise ultrapassou fronteiras, com investidores abandonando os papéis da Europa periférica e trocando por dívida alemã.

A falta de uma resposta da UE a longo prazo fez com que o seguro para a dívida da Espanha atingisse a maior alta em dez anos. O governo de Madri insiste que vai continuar no caminho das reformas. O risco-país de Portugal, disparou para novos recordes.

Ontem, também os bancos alemães e franceses, muitos expostos na Grécia, sofreram duras perdas. No total, os bancos franceses tem um capital de US$ 56 bilhões na Grécia e os alemães, US$ 34 bilhões. Só o Crédit Agricole está exposto em mais de US$ 21 bilhões em Atenas.

O banco Dexia chegou a perder 10% ontem. O português BCP perdeu 8% nos últimos dois dias, o Crédit Agricole, BNP Paribas e Société Générale perderam 4%. O índice geral dos bancos europeus já perdeu 7% no mês.

Para um dos conselheiros do BCE, Nout Wellink, um novo pacote de resgate para a Grécia significará que o fundo da UE para medidas de emergência precisará ser dobrado.