Título: O câmbio que tem que ser cambiado
Autor: Xavier, Luciana Antonello
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/07/2011, Economia, p. B4

Estamos assistindo novamente a uma valorização do real frente ao dólar, beirando a proporção de R$ 1,5 por US$ 1, criando um grande desconforto nos agentes econômicos do País. O ingresso de capital estrangeiro de longo prazo, para fazer frente aos investimentos diretos é bem-vindo ao Brasil. Na entrada de curto prazo, tem se elevado o IOF nas transações esperando desestimular a participação dos mesmos nos elevados juros brasileiros.

Os movimentos do real frente ao dólar no sistema de flutuação cambial poderiam estar dentro das perspectivas de uma banda na qual, as variações estivessem na previsibilidade. Ocorre que a tendência de valorização do real frente ao dólar é acompanhada também em relação ao yuan e ao euro, isso representa uma propensão para desfavorecer as exportações brasileiras e favorecer as importações.

Mexer no câmbio é ruim. Deixar como está é pior. Se não atuarmos mais firmemente para recolocar o câmbio lá onde deveria estar, se não houvesse as intervenções americanas, chinesas e europeias (talvez R$ 2,2 por US$ 1) estaremos nos prejudicando na essência. Se não operarmos pagaremos uma conta muito mais alta lá na frente, e provavelmente estaremos voltando às origens de sermos meros produtores de commodities.

Mexer no câmbio é ruim, não mexer é muito pior. Então que tomemos a decisão necessária!

É PRESIDENTE DA IP DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL INSTITUCIONAL E DO CONSELHO EMPRESARIAL DA AMÉRICA LATINA (CEAL - BRASIL)