Título: OCDE aponta queda no ritmo da economia de países emergentes
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2011, Economia, p. B11

Só a Índia crescerá menos que o Brasil entre as 10 maiores economias do mundo, indica [br]relatório divulgado ontem

CORRESPONDENTE / GENEBRA

A expansão da economia brasileira passará por uma desaceleração importante nos próximos meses e apenas a Índia sofrerá um freio no crescimento maior que o do Brasil entre as dez maiores economias do mundo.

Os dados foram divulgados ontem pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e revelam que os grandes emergentes não manterão no segundo semestre o mesmo ritmo de crescimento dos últimos meses, comprometendo a recuperação da economia mundial, já que os países ricos estão estagnados.

O levantamento revela que as perspectivas para o restante do ano são pessimistas, abrindo ainda mais espaço para as incertezas que atingiram os mercados ontem.

Segundo a OCDE, Canadá, França, Itália e Reino Unido também estão com as economias em queda. Nenhuma economia do G-8 ou dos Brics crescerá nos próximos meses. Na melhor das hipóteses, a OCDE vê sinais de uma recuperação gradual na Rússia, Japão e Estados Unidos. Mesmo assim, evita chamar o cenário, por ora, de "expansão".

Na avaliação da OCDE e do Banco Mundial, era o crescimento de China, Índia e Brasil que dava fôlego à recuperação internacional e esperança de que poderiam manter a economia em funcionamento, pelo menos até que os países ricos resolvessem as crises internas.

Mas a nova avaliação, baseada em cerca de 30 indicadores da economia mundial, aponta que até os emergentes dão sinal de que perdem o ritmo de expansão e o segundo semestre será de desaceleração.

No índice estabelecido pela OCDE, a Índia passa de 98,1 pontos para 97,4 pontos. A redução será de 4,1% entre abril e maio. O valor 100 no índice se refere a uma estabilidade. Um aumento indica que a economia crescerá acima da média nos próximos seis a nove meses.

No caso do Brasil, a queda é de 3,7%, passando de 98,3 para 97,6 pontos entre abril e maio. Na Alemanha, a perspectiva de expansão sofreu uma queda de 0,25%. Na Espanha, a taxa caiu em 0,3%, valor similar ao dos demais países da periferia da Europa.

O único ponto positivo da avaliação se refere à tendência futura dos EUA e Japão, que poderiam voltar a crescer em um prazo de seis a nove meses.