Título: Dilma quer Telebrás parceira da Eletrobrás
Autor: Mendes, Karla
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/07/2011, Economia, p. B1

A presidente Dilma Rousseff quer a Telebrás como o "único vendedor público brasileiro" de infraestrutura para internet. A ideia é fazer com que a velha estatal forme uma parceria com a Eletrobrás, detentora de uma rede de fibras ópticas, para atuar no mercado. Para Dilma, há uma "sinergia e um potencial enorme" entre as duas companhias.

As duas estatais podem ainda unir forças com empresas privadas. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ao Estado que um grande banco privado está interessado em investir em banda larga no Brasil. "Esse banco me disse que tem investidores que querem apostar em fibra óptica", disse, sem revelar o nome da instituição.

Segundo o ministro, o banco terá reuniões com a Telebrás para discutir a questão. "Queremos fazer uma ou mais associações para tocar os investimentos que precisam ser feitos."

Como a Telebrás usa as redes da Eletrobrás, o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, destacou que a associação entre as duas estatais nesse segmento é um caminho natural. "Tem potencial de trabalho conjunto e determinação da presidenta para elevar essa sinergia para atender ao máximo o interesse público."

Nova estatal. O governo pode optar em constituir uma nova estatal para concentrar a atividade de venda de contratos para uso da capacidade das fibras ópticas sob gestão da Telebrás, que inclui, além da rede da Eletrobrás, a da Petrobrás. "Não é excludente a criação de uma empresa pública", reforçou Alvarez.

Ele explicou que poderia ser constituída uma Sociedade de Propósito Específico, desde que não haja restrições na legislação e no estatuto das empresas.

Apesar do orçamento da Telebrás ter sofrido um baque, depois do aperto nas contas promovido pelo governo no início do ano, Alvarez disse que não existe, em princípio, a ideia de a empresa ser capitalizada por Eletrobrás e Petrobrás. "Isso está longe do dia a dia das outras estatais", disse. "Não chegamos a discutir nesse nível."

O ministro Bernardo destacou a necessidade de a Telebrás fazer investimento pesado em fibra óptica, pressuposto fundamental para difundir o sinal da internet no País. "A Telebrás vai ter de atuar fortemente nessa área, mas isso não quer dizer que a Telebrás vai fazer sozinha. Ela pode fazer em associação com outros investidores."

A GVT já assinou contrato com a estatal para que uma empresa possa usar a rede da outra. A TIM também se reuniu com a Telebrás com o objetivo de firmar parceria para a oferta de banda larga a preços populares.