Título: Obama se reúne com líderes do Congresso até superar impasse
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Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2011, Economia, p. B9

Presidente dos EUA diz que não admite nenhuma medida temporária para elevar o teto da dívida pública

- O Estado de S.Paulo WASHINGTON

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e líderes do Congresso vão se reunir hoje, pela terceira vez nos últimos dias, para buscar um acordo para elevar o limite de dívida do país, disse um assessor democrata. O encontro está marcado para as 11h (horário de Brasília), segundo o assessor. Outro assessor informou que eles continuarão a se reunir até chegar a um acordo.

Segundo Barack Obama, nenhuma medida temporária para resolver a crise envolvendo o impasse sobre o teto da dívida pública será aprovada.

"Eu não aceito uma solução temporária de 30 dias, de 60 dias, de 90 dias ou de 180 dias (para resolver a questão)", disse Obama a jornalistas, na Casa Branca. "Eu não vou assinar uma extensão, esta não é uma abordagem aceitável (para a dívida)."

Obama está tentando convencer os congressistas a votar o aumento no limite máximo do endividamento antes de 2 de agosto, alegando que, caso isso não ocorra, os Estados Unidos poderão ter de deixar de cumprir seus compromissos com credores.

Atualmente, a dívida americana é de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,4 trilhões), e está próxima do limite legal. No domingo, uma reunião bipartidária na Casa Branca terminou sem dar fim ao impasse. O aumento do teto da dívida americana precisa ser aprovado pelo Congresso, mas divergências entre republicanos e democratas têm impedido a resolução do impasse.

Para reduzir o déficit público, a Casa Branca propõe um reajuste fiscal de US$ 4 trilhões no prazo de dez anos, em um pacote que cortaria gastos públicos, aumentaria os impostos e traria reformas em programas como o Medicare (sistema público de auxílio à saúde para pessoas acima de 65 anos) e o Medicaid (auxílio-saúde a famílias de baixa renda).

Tanto o Partido Republicano quanto o Democrata (de Obama) resistem a vários pontos do acordo proposto pela Casa Branca. A oposição discorda de aumentos de impostos à parcela mais rica da população, enquanto os correligionários do presidente rejeitam os cortes em programas sociais.

A oposição republicana, que controla a Câmara dos Representantes, exige ainda que um acordo esteja vinculado a cortes de gastos para reduzir o déficit no orçamento - calculado em US$ 1,4 trilhão (cerca de R$ 2,2 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro.