Título: Volume liberado no PSI totaliza só R$ 3,2 bilhões
Autor: Salomon, Marta ; Simão, Edna
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/07/2011, Economia, p. B6

A elevação das taxas das linhas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) desaceleraram os financiamentos de bens de capital pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Entre abril e junho, o volume liberado pelo PSI somou apenas R$ 3,2 bilhões nas condições da terceira fase do programa, que reajustou as taxas e aumentou as limitações das operações.

O desempenho indica que a demanda não chegará nem perto do orçamento total de R$ 75 bilhões que tem até o fim do ano. De acordo com Claudio Bernardo Moraes, superintendente da área de operações indiretas, a participação do PSI no total de operações da Finame - linha de crédito do BNDES para a compra de máquinas, veículos e equipamentos - caiu de 97% em meados do ano passado para 55% a partir de abril, quando começou o PSI 3. Com isso, cai o custo fiscal do programa para o Tesouro, que nivela os custos das operações aos do BNDES.

Isso aconteceu porque algumas categorias de financiamento, como ônibus e caminhões, tiveram as taxas reajustadas a ponto de não representar vantagem sobre os custos baseados na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 6%, que é a referência dos financiamentos do BNDES antes de aplicar spreads. É o caso do crédito para ônibus e caminhões, cuja taxa do PSI subiu de 8% para 10%. No caso de máquinas, cuja taxa era de 5,5% até março, grandes empresas agora têm que pagar juros de 8,7%.

"As empresas estão buscando outras modalidades de financiamento dentro da Finame, como a simplificada, que é mais ágil do que a do PSI, mas com remuneração baseada na TJLP", disse Moraes ao Estado.

O estabelecimento de uma taxa diferencial para pequenas e médias empresas, de 6,5%, faz com que a linha subsidiada do PSI se torne realmente atraente apenas para esse segmento, corrigindo uma distorção do programa. Para estimular o investimento após a crise, o BNDES financiou investimentos em máquinas de grandes empresas com o mesmo custo cobrado das pequenas. A mudança agora está elevando a participação das pequenas empresas no desembolso total do BNDES, que ficou acima de 40% no primeiro semestre. Considerando só as operações indiretas como a Finame, feitas por meio de bancos repassadores, a fatia já está perto de 70%.

"Essa transição está atendendo ao que foi um objetivo do banco de fazer as taxas do PSI migrarem aos poucos para a (tradicional) da Finame, mantendo um caráter mais vantajoso no universo de máquinas e equipamentos para micro e pequenas empresas, que é o que o BNDES quer incentivar com mais força agora", afirmou Moraes.