Título: Vendas no semestre superam em 54,8% todo o ano de 2010
Autor: Silva, Cleide
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/07/2011, Economia, p. B12

No primeiro semestre, as marcas chinesas venderam 26,5 mil veículos no Brasil, 54,8% a mais que em todo o ano de 2010. Embora represente pequena participação no total do mercado, a importação tem crescido a passos largos. Em 2008 vieram da China 806 carros e, em 2009, 2,43 mil.

O principal foco é o segmento de carros compactos. O diretor da consultoria ADK, Paulo Garbossa, calcula que os chineses têm fatia de 1,4% nessa faixa onde competem com modelos como Celta (R$ 26,3 mil), Gol (R$ 27,5 mil), Ka (R$ 25,2 mil), Clio (R$ 25,6 mil) e o também chinês Effa M100 (R$ 24,5 mil). Várias marcas anunciaram fábricas no País, como a Chery, que iniciará obras de sua unidade em Jacareí (SP) na terça-feira. Na semana passada, sindicatos de metalúrgicos da CUT e da Força Sindical organizaram passeata contra o aumento das importações e para alertar que as novas fábricas podem atuar só na montagem de partes enviadas pelas matrizes.

O presidente da Chery do Brasil, Luis Curi, diz que o preço mais em conta dos carros da marca é resultado da política da matriz de sacrificar margens de rentabilidade para conquistar mercado. Ele admite que o "custo China" é inferior ao brasileiro, mas diz que não chega aos 60% apontados pelas montadoras.

"O Brasil é plenamente competitivo para produção local e nosso objetivo é manter os preços do produto nacional em patamares próximos aos atuais", diz ele. No Brasil, o QQ custa o equivalente a US$ 14,2 mil. Na China, custa US$ 8 mil.