Título: Casa Branca vê avanços nas negociações sobre teto
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/07/2011, Economia, p. B13

Líderes democratas e republicanos passaram o fim de semana buscando consenso em proposta a ser apresentada a Obama

Os avanços previstos pela Casa Branca nas negociações sobre o teto da dívida pública dos Estados Unidos não significarão votação tranquila sobre o tema no Congresso nos próximos dias.

Enquanto senadores democratas e republicanos corriam no final de semana para apresentar hoje uma proposta de consenso ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a maioria oposicionista na Câmara dos Deputados preparava a votação de uma emenda à Constituição considerada inaceitável pela Casa Branca.

O texto determina um corte mais incisivo nas despesas sociais e a proteção das atuais isenções tributárias como premissas para o ajuste fiscal até 2022.

A via mais promissora, do ponto de vista da Casa Branca, virá da negociação do Senado. Nos últimos três dias, o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, discutiu com o colega democrata Harry Reid, líder da maioria democrata, mudanças em seu plano, apresentado no dia 11. A versão original previa o aumento de US$ 2,5 trilhões no teto da dívida pública em 2012, com um corte de despesas públicas de apenas US$ 1,5 trilhão nos próximos dez anos.

Obama exige esforço fiscal maior, de US$ 4 trilhões até 2022, a ser obtido por meio de cortes de despesas públicas e também do fim das reduções de impostos para os mais ricos e as grandes empresas.

Os republicanos, entretanto, ainda se mostram descontentes com essa proposta. O senador republicano Jon Kyl afirmou ontem à rede de televisão ABC haver coesão em seu partido em garantir a aprovação do aumento do teto da dívida somente se a emenda constitucional também for aceita pela Casa Branca. O deputado Jim Jordan, também republicano, insistiu à Fox News não haver apoio suficiente na bancada de seu partido no Senado ao projeto McConnell-Reid. Mesmo aprovado nessa Casa, disse Jordan, o projeto seria repudiado na Câmara, onde os republicanos detêm a maioria dos votos.