Título: Protesto contra economia reúne 100 mil em Israel
Autor: Carranca, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/08/2011, Internacional, p. A14

Manifestantes reclamam dos altos custos de vida, mas governo alega que reformas podem levar a uma crise financeira

Cerca de 100 mil pessoas saíram às ruas de Israel no fim de semana para protestar contra o aumento do custo de vida no país. O governo alega que as demandas dos manifestantes poderiam levar a uma crise econômica como a que enfrentam a Europa e os Estados Unidos.

"Meu dever é assegurar que essa situação não atinja o Estado de Israel", disse o ministro das Finanças, Yuval Steinitz. Integrante do partido de direita Likud, assim como o premiê Binyamin Netanyahu, Steinitz sofreu um duro golpe no domingo, quando o diretor-geral do ministério, Haim Shani, deixou o governo alegando "divergências".

Os protestos têm se espalhado pelo país desde o início do mês, quando uma convocação via Facebook levou centenas de estudantes a acampar em Tel-Aviv. Eles reclamam do aumento do valor dos alugueis.

Embora a ampla base de apoio e a coalizão conservadora devam manter Netanyahu no cargo até as próximas eleições, em 2013, pesquisas recentes mostram que a aprovação do primeiro-ministro está em risco. Ontem, Netanyahu determinou que o comitê formado para avaliar problemas na economia entregue suas conclusões até o fim de agosto.

Dirigindo-se à cúpula do governo, o premiê mostrou solidariedade com os manifestantes, mas defendeu que a política econômica atual mantém o crescimento do país a uma taxa de 5% ao ano e o desemprego em apenas 5,7%. "Isso nos permite fazer reparos. Mas devemos evitar medidas apressadas, irresponsáveis e populistas", disse Netanyahu / REUTERS