Título: EUA e UE anunciam mais sanções a Damasco
Autor: Chacra, Gustavo
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/08/2011, Internacional, p. A11

Potências ampliam pressões, mas não adotam medida contra o sistema energético

Osman Orsal/ReutersRevolta. Manifestantes em Istambul pedem fim dos assassinatos na Síria Os Estados Unidos e a União Europeia intensificaram ontem as sanções econômicas contra a Síria, mas ainda não adotaram medidas contra o sistema energético do país, considerado fundamental para a manutenção do regime de Bashar Assad.

O Tesouro americano incluiu empresários sírios em sua lista negra, que já tem várias autoridades políticas ligadas ao regime. Entre os implicados nas sanções está o parlamentar e empresário sírio Muhammad Hamsho e sua companhia, a Hamsho International Group. Ele é acusado de atuar como testa de ferro de Assad.

"Muhammad Hamsho fez sua fortuna por meio de suas conexões com importantes personalidades do regime e durante os recentes distúrbios aliou-se a Bashar Assad, ao irmão dele, Maher, e outros responsáveis pela violência do governo contra o povo", informou um comunicado do subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, David Cohen. Segundo o comunicado, a Hamsho International Group tem cerca de 20 subsidiárias ou filiais que também serão submetidas a sanções.

Em maio, os EUA já tinham imposto sanções à Síria por causa da violência contra os manifestantes. Sob essas sanções, os cidadãos e entidades dos EUA são proibidos de negociar com indivíduos ou entidades sancionados e os ativos destes sob jurisdição americana ficam congelados.

A União Europeia adotou medidas no mesmo sentido. Por enquanto, o setor de petróleo sírio não será afetado, mas a oposição síria, que já se reuniu com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou que seguirá pressionando para mais sanções contra o setor.

Um dos temores de alguns governos, incluindo o americano, é o de que a economia síria fique muito afetada na era pós-Assad, caso essas sanções sejam muito fortes.

Assim como os europeus, os americanos buscam punir a Síria unilateralmente pela repressão. Outras nações, como China e Rússia, são contra essas medidas. Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma declaração presidencial condenando a violência das forças de Assad.