Título: Nos EUA, velocidade média ultrapassa 80% do anunciado
Autor: Rodrigues, Eduardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/08/2011, Negócios, p. B14
Estudo da FCC, agência reguladora dos EUA, mostra que clientes de fibras ópticas chegam a receber mais de 100%
Enquanto, no Brasil, a maioria das operadoras costuma garantir somente 10% da velocidade prevista em contrato, nos Estados Unidos os consumidores conseguem receber, em média, mais de 80% do que contrataram, mesmo em horário de pico. Um estudo da Federal Communications Commission, agência reguladora americana, mostra que quem possui acesso por fibra óptica chega a conseguir um acesso mais rápido que o previsto no contrato.
A FCC publicou esta semana o relatório Measuring Broadband America, em que apresenta os resultados de testes de velocidade de banda larga com consumidores, como foi recomendado pelo Plano Nacional de Banda Larga americano, lançado no ano passado.
Durante o mês de março deste ano, foram testados os serviços prestados pelos 13 maiores provedores dos EUA, a partir da residência de milhares de voluntários, com conexões de DSL (tecnologia que usa a rede telefônica), cabo e fibras ópticas.
O estudo mostrou que, em média, durante o horário de pico, os serviços de DSL oferecem velocidades de download que correspondem a 82% da anunciada pelas operadoras em seu material de divulgação. Na tecnologia de cabo, o desempenho chega a 93% e, nos acessos em fibra, ela é maior do que o anunciado, com 114% de velocidade média. Foi considerado horário de pico o período de 19h às 23h.
Quando comparou o horário de pico com uma média de 24 horas, a FCC descobriu que as conexões de DSL perdem 5,5% de velocidade no horário de maior tráfego, o cabo perde 7,3% e a fibra óptica somente 0,4%.
Serviços. A FCC também analisou o desempenho da banda larga nos diferentes tipos de serviço oferecidos via internet. Na navegação na web, a performance melhora de acordo com a velocidade do serviço, mas somente até 10 megabits por segundo (Mbps). A partir daí, o desempenho passa a ser limitado por outros fatores, como a latência (tempo de resposta).
"Nessas camadas mais altas, os consumidores provavelmente não experimentam melhora na navegação básica na web ao elevar a velocidade - por exemplo, passando de uma banda larga de 10 Mbps para uma de 25 Mbps", apontou a FCC.
Segundo o relatório, os serviços de voz sobre internet (VoIP, na sigla em inglês) funcionam com velocidade a partir de 100 quilobits por segundo (kbps), desde que a latência seja baixa, e teve performance adequada em todos os serviços testados. Quando o acesso é compartilhado com outros serviços, no entanto, a qualidade pode ser prejudicada.
Em relação ao vídeo "streaming" (recebido em tempo real, enquanto é visto), a qualidade precisa estar de acordo com a velocidade contratada. Como exemplo, o relatório apontou que um vídeo com qualidade padrão pode ser visto com conexões abaixo de 1 Mbps. Vídeos em alta definição, por outro lado, exigem velocidades de 2 Mbps ou mais.
No Brasil, as operadoras costumam argumentar que um aumento da velocidade de fato para o consumidor poderia elevar os preços da banda larga, pois exigiria investimento extra em capacidade de rede.