Título: País tem maior superávit comercial em 2 anos
Autor: Chade, Jamil ;Modé, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2011, Economia, p. B1-5

O superávit comercial da China atingiu em julho o mais alto patamar em dois anos, graças ao aumento acima do esperado das exportações, que ainda não acusaram o golpe da crise da dívida e do temor da recessão que dominam os mercados globais desde a semana passada.

Ao mesmo tempo em que mostra forte demanda nos principais mercados compradores, o resultado dificulta o já delicado trabalho do banco central de equilibrar crescimento e combate à inflação e deve esquentar o debate em torno da valorização do yuan, que muitos países gostariam de ver em um patamar mais apreciado em relação ao dólar.

As exportações tiveram alta de 20,4% e atingiram valor recorde para o mês de julho, de US$ 175,13 bilhões. A diferença em relação às importações foi de US$ 31,5 bilhões, cifra que vai inflar ainda mais as gigantescas reservas internacionais da China, de US$ 3,2 trilhões, de longe as maiores do mundo.

O grande superávit comercial revela a dificuldade enfrentada por Pequim para reduzir o ritmo de acumulação de reservas no momento em que os EUA enfrentam uma crise que pode levar à depreciação do dólar, o que reduziria o valor dos investimentos realizados pela China com sua poupança externa.

A diferença entre exportações e importações havia sido de US$ 22,27 bilhões em junho e de US$ 28,7 bilhões em julho de 2010.

O aumento nos embarques no mês passado superou as previsões de analistas entrevistados pelas agências de notícias Bloomberg e Reuters, que previam elevação de 17% e 17,4%, respectivamente. Em junho, a expansão havia sido de 17,9%.

O bom resultado refletiu a demanda nos principais destinos das exportações chinesas, em especial Europa, Estados Unidos e Japão.