Título: Transporte supera Segurança e leva R$ 60 bilhões até 2015
Autor: Gallo, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/08/2011, Nacional, p. A12

""Mudança de paradigma"" coloca combate à violência atrás de projetos de mobilidade urbana [br]e obras rodoviárias

Apesar de o combate à miséria ter sido apontado como prioridade pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), é a pasta dos Transportes Metropolitanos que vai receber maior atenção nos próximos anos. A previsão de gastos, contida no Plano Plurianual (PPA) 2012-2015, é de R$ 60 bilhões, montante superior ao destinado à Segurança Pública. É a primeira vez que isso ocorre desde 2000, quando os PPAs começaram a ser elaborados.

Alckmin afirmou ontem que o Estado mudou os paradigmas de investimento na área. "A mobilidade na macrometrópole será prioridade. Faremos o maior esforço, uma mudança de paradigma na construção de linhas de metrô e trem."

O governador promete entregar até 2014 30 km de novas linhas de metrô, trem e monotrilho, além de iniciar obras em outros 90 km. Como o Estado adiantou em julho, estão previstas o término das Linhas 4-Amarela e 5-Lilás. Também haverá a construção de um trem até Guarulhos, na Grande São Paulo.

Do gasto previsto para o período no setor, R$ 45 bilhões são de investimentos (sem contar custeio). Serão R$30 bilhões dos cofres do Estado e os R$ 15 bilhões restantes, captados via Parcerias Público-Privadas (PPP). O investimento na área responde a 38% de toda a previsão de capital do Estado (R$ 118 bilhões).

Considerando todo o gasto, transportes metropolitanos responde por 7,4% do total previsto no PPA - segurança fica com 6,86%, também a menor porcentagem desde 2000. Educação e Saúde ainda lideram o gasto: 13,3% e 9,3%, respectivamente.

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Emanuel Fernandes, explicou que todo o plano foi feito com foco na mobilidade. "Vamos sair de um patamar de investimentos e ir para outro." O secretário afirmou que, por isso, é natural que o montante seja maior que o de segurança - uma vez que, por causa das muitas obras, a natureza dos gastos é diferente.