Título: Lucro da Petrobrás cresce 37% no semestre
Autor: Lima, Kelly ; Valle, Sabrina
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/08/2011, Economia, p. B4

Resultado foi de R$ 21,928 bilhões, ante R$ 16,021 bilhões do 1º semestre de 2010

A Petrobrás anunciou ontem ter obtido no segundo trimestre deste ano um lucro de R$ 10,942 bilhões. O valor representa 31,9% de crescimento em relação ao mesmo trimestre de 2010, quando o lucro líquido foi de R$ 8,295 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre, o lucro, anunciado como recorde pela companhia, atingiu R$ 21,928 bilhões, o que significa 37% mais na comparação com o mesmo período de 2010 (R$ 16,021 bilhões).

A produção total de óleo e gás natural da Petrobrás somou 2,598 milhões de barris diários no segundo trimestre de 2011, um crescimento muito reduzido, de 0,4%, ao se comparar com o período similar do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a queda foi de 1,1%. A considerar somente a produção nacional de óleo e gás, chega-se a 2,372 milhões de barris diários - alta de 1,3% de abril a junho deste ano em relação ao segundo trimestre de 2010.

Na comparação com o primeiro trimestre do ano, o desempenho interno caiu 0,5% em razão, principalmente, segundo a Petrobrás, do declínio de campos maduros (antigos). No exterior, a produção da Petrobrás foi de 226 mil barris/dia, ante 246 mil barris do segundo trimestre de 2010 e de 242 mil barris diários do primeiro trimestre deste ano.

A Petrobrás informou que a produção no exterior foi afetada pelo desempenho no campo de Agbami (Nigéria), onde a companhia teve uma cota menor alocada e passou a pagar uma taxa adicional sobre a produção.

No acumulado do primeiro semestre, a produção total da Petrobrás cresceu 1,7% sobre 2010, passando a 2,613 milhões de barris diários. A produção interna cresceu 2,45% na mesma comparação, atingindo 2,379 milhões de barris por dia.

O campo de Lula atingiu produção diária de 36 mil barris, com a conexão de apenas um dos seis poços previstos para a plataforma instalada no local. A perspectiva é de que o pico de produção de 100 mil barris/dia, correspondente à capacidade total da unidade, seja atingido em 2012.

O nível de endividamento de curto prazo da Petrobrás passou de R$ 15,7 bilhões em 31 de dezembro de 2010 para R$ 16,7 em 30 de junho de 2011.

O endividamento de longo prazo, na mesma comparação, passou de R$ 102,2 bilhões para R$ 111,6 bilhões. Assim, o nível de endividamento total atingiu em R$ 128,3 bilhões até 30 de junho, ante R$ 117,9 bilhões ao fim do quarto trimestre do ano passado. O nível de alavancagem se manteve estável em 17% no segundo trimestre, em relação ao primeiro trimestre do ano.

O diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, disse esperar que a queda recente no preço do barril seja uma tendência. Para ele, a estimativa é que as curvas de preços dos mercados internacional e doméstico se igualem com a queda no barril e a manutenção dos valores praticados pela estatal. Segundo Barbassa, a falta de reajuste dos principais combustíveis (gasolina e diesel) gerou o descolamento das curvas de derivados.