Título: Custo operacional é menor em solo argentino
Autor: Palacios, Ariel ; Tomazela, José Maria
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/08/2011, Negócios, p. B17

Blairo Maggi, empresário e senador

O empresário Blairo Maggi diz que uma das grandes vantagens de se plantar soja na Argentina é o menor custo operacional, embora os impostos diretos sejam maiores e o grupo tenha também despesas com o arrendamento de terras - o que, neste momento, traria quase um empate nos custos. Segundo ele, a produção no país vizinho deve ter como destino o mercado externo, especialmente Europa e Ásia.

Por que a decisão de plantar soja na Argentina?

A Argentina é o terceiro maior país produtor de soja do planeta e um dos principais players no mercado mundial do agronegócio. Desta forma, o grupo Amaggi consolidou, em 2010, a abertura de um escritório na capital, Buenos Aires. Em abril deste ano, iniciou as atividades de trading, ampliando assim ainda mais a sua participação no mercado internacional. O objetivo é estar próximo do produtor, utilizando a expertise que o grupo tem no Brasil para repetir esta sistemática na Argentina. Também neste ano, nosso grupo pretende iniciar o plantio de soja em solo argentino. A perspectiva é de iniciar o trabalho com uma área de aproximadamente cinco mil hectares.

Existe alguma diferença no custo de produção? Os impostos para a soja são menores no país vizinho?

Há uma grande diferença no custo operacional, que realmente é menor em solo argentino. No entanto, quando agregamos o valor do arrendamento da terra, os custos acabam se equivalendo. Quanto aos impostos diretos da produção, estes são maiores na Argentina.

Qual será o destino dessa soja e como funcionará a logística para atender o mercado?

A tendência é atender o mercado externo (especialmente Europa e Ásia). No que diz respeito à logística, o transporte da produção será realizado das fazendas até o porto por meio rodoviário. A vantagem, no entanto, são as distâncias médias, que são menores em relação ao Brasil: ficam em torno de 350 km.