Título: UE e EUA dão alívio às bolsas pelo mundo
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/08/2011, Economia, p. B1

Índices fecham em alta depois de europeus anunciarem cruzada contra a especulação

A notícia de que a União Europeia vai tomar medidas para evitar a especulação no mercado financeiro, somada aos dados melhores do que o esperado no mercado de trabalho dos Estados Unidos, ajudou as bolsas internacionais e no Brasil a recuperarem as perdas dos últimos dias, mesmo com a manutenção da alta volatilidade ter se mantido.

Em Frankfurt, a bolsa fechou em alta de 3,28%; Londres, 3,11%; Paris, 2,89%; Milão, 4,10%; Madri, 3,56%; e Portugal, 1,72%.

"Os mercados estão excessivamente vendidos e houve algum alívio. Mas não tenho certeza se isso vai durar", afirmou o estrategista-chefe da Brewin Dolphin Securities, Mike Lenhoff. "O setor bancário têm sido o mais vulnerável e foi o que liderou a recuperação."

No Brasil, o Ibovespa subiu pelo terceiro dia consecutivo aproveitando a recuperação das bolsas internacionais para diminuir as perdas do início do mês. O índice avançou 3,79% fechando em 53.343 pontos. Com a alta de 9,6% acumulada nos últimos três dias, o Ibovespa conseguiu anular a baixa de 8,08% de segunda-feira - quando teve o pior dia desde a crise global de 2008. No mês, no entanto, o índice acumula queda de 9,3%.

Analistas já afirmavam que havia espaço para uma recuperação do Ibovespa após a forte queda do índice por preocupações com uma estagnação do crescimento global e com a crise da dívida na Europa.

Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e Standard & Poor"s 500 avançaram 3,95% e 4,63%, respectivamente. O índice Nasdaq, que engloba as empresas de tecnologia, subiu 4,69%. A queda dos pedidos de auxílio-desemprego ao menor nível em 4 meses ajudou a ofuscar as preocupações com os problemas de dívida na Europa.

Câmbio. O euro e o dólar registraram ontem as melhores cotações da história em relação ao franco suíço com os rumores de que o Banco Nacional Suíço poderia atrelar a moeda do país ao euro para conter sua forte valorização. O vice-presidente do banco, Thomas Jordan, ao ser consultado, disse que o banco estava aberto a medidas cambiais consistentes.

A ideia, no entanto, recebeu críticas da maioria dos participantes do mercado. "A medida poderia ter algum efeito no curto prazo. As pessoas continuarão a comprar o franco suíço, especialmente se as incertezas na Europa persistirem", disse Rodney Johnson, codiretor de carteira na Dent Tactical ETF, em Tampa , na Flórida.

No final da tarde, na comparação com o franco suíço, o euro registrava alta de 5,5%, para 1,0861 francos. O dólar, por sua vez, subia para 0,7620 franco suíço, de 0,7266 franco suíço na quarta-feira. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS