Título: Agência japonesa eleva nota de crédito do Brasil
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/08/2011, Economia, p. B1

Embora não faça parte do grupo das grandes agências, classificação da R&I é vista como importante pelo governo

Enquanto a França e outros países desenvolvidos correm o risco de ter suas notas de classificação de risco rebaixadas, o Brasil recebeu ontem mais uma elevação de sua avaliação pela agência japonesa R&I. A melhora da classificação brasileira, em meio ao cenário de agravamento da crise externa, foi interpretada como um sinal de fortalecimento do País e maior capacidade de enfrentamento das turbulências na economia global.

Embora a R&I não faça parte do grupo das principais agências de classificação de risco, a subida da nota brasileira para o governo teve um sabor especial, já que há uma semana os Estados Unidos foram rebaixados pela Standard & Poor"s. A agência japonesa elevou o rating brasileiro de BBB- para BBB, com perspectiva estável. A nota BBB é o segundo nível da escala de grau de investimento. O país que recebe essa classificação é visto como um lugar seguro para investimentos.

Além da R&I, o Brasil já teve a sua nota elevada por outras três agências internacionais: Fitch,Moody"s e JCR. Para a Standard & Poor"s, o Brasil está no primeiro nível do grau de investimento, com perspectiva positiva.

Em nota divulgada logo após o anúncio da R&I, o Tesouro Nacional disse que a elevação da nota, num momento de extrema volatilidade dos mercados internacionais, demonstra a solidez da gestão da política econômica.

A R&I destacou como pontos para a melhora da nota o significativo aumento da classe média brasileira, que permitiu a formação de um robusto mercado interno, com alto poder de consumo. Segundo a R&I, o risco de que a economia brasileira sofra com as mudanças drásticas no cenário externo diminuiu. "A inflação está cedendo e, graças ao estrito respeito à lei de responsabilidade fiscal, a posição fiscal do País continua favorável", diz o relatório da R&I.

Também contribuíram para a melhora da nota brasileira a reafirmação do compromisso fiscal do governo Dilma Rousseff e a condução ativa da política monetária pelo Banco Central. Outro fator considerado foi a rápida recuperação da crise de 2008. A necessidade de aumento da poupança doméstica (hoje abaixo de 20% do PIB) foi apontada como o desafio a ser enfrentado.