Título: Angela Merkel rejeita o fim da zona do euro
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Fonte: O Estado de São Paulo, 25/08/2011, Economia, p. B9

A chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou o fim da zona do euro, dizendo que o fracasso da moeda comum europeia poderia ameaçar a unidade e a prosperidade que a Europa construiu desde a 2ª Guerra Mundial.

Um retorno às moedas nacionais pelo endividados países como Grécia e Espanha, ou um retorno para o marco alemão, não é uma solução para a crise da dívida que exige um comprometimento de todos os países europeus com planos de austeridade, disse Merkel ontem em um discurso na cidade alemã de Magdeburg, segundo a agência Bloomberg.

"Será que os povos da Europa querem seguir sozinhos? Ou queremos avançar juntos? Estamos prontos para retomarmos a Europa e nos sacrificarmos para, então, emergirmos mais fortes do que antes? Sou a favor de fazermos isso."

Ainda em seu discurso, mais uma vez, Merkel rejeitou a ideia da criação dos eurobônus, ressaltando que não ajudariam em nada na crise atual por não oferecerem incentivos para a consolidação fiscal e para as reformas.

Ao mesmo tempo, Merkel repetiu seu apelo para a introdução de um "freio de dívida" em empréstimos do governo para os países da zona do euro, assim como faz a Alemanha, e pediu sanções contra os membros da união monetária que fazem mau uso dos fundos estruturais. A chanceler disse também que alguns países da zona euro devem implementar novas reformas dolorosas e isso não "pode demorar".Ela ainda disse que as nações da zona do euro não devem tomar medidas unilaterais.

Provavelmente a chanceler alemã se referia ao acordo entre Finlândia e Grécia - as autoridades gregas ofereceram centenas de milhões de euros em dinheiro como garantia aos finlandeses em troca dos próximos empréstimos. Segundo um parlamentar pertencente ao partido governista União Democrata Cristã (CDU), Merkel teria dito que "um único país não pode receber colateral extra".

Depois desse suposto acordo, os demais países da zona do euro estão exigindo também o mesmo tipo de tratamento.

Todos os membros do bloco monetário precisam aprovar o acordo firmado entre a Grécia e a Finlândia, de acordo com o porta-voz do Ministério de Finanças da Alemanha, Martin Kreienbaum. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS