Título: Houve reconhecimento do dano causado aos jovens, diz Haddad
Autor: Fadel, Evandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/08/2011, Vida, p. A18

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou ontem, em Curitiba, que a condenação de quatro dos cinco acusados pelo furto e vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 é o reconhecimento do "dano que esses criminosos causaram aos jovens brasileiros". "Foi um crime contra o Estado brasileiro e contra a juventude brasileira", acentuou o ministro, após participar da abertura do Sala Mundo Curitiba 2011 (encontro Internacional de Educação).

"(O caso) ensinou para aqueles que não têm compromisso com a educação que a Justiça nesse caso não tardou", afirmou.

Na época do escândalo, Haddad havia estimado um gasto de 30% do valor da licitação, cerca de R$ 148 milhões, com a reimpressão das provas. Questionado ontem sobre o ressarcimento desse valor, o ministro disse que "o pedido virá obrigatoriamente". "Do ponto de vista administrativo, o processo terminou. Agora é o judicial, que vai ser reforçado por essa decisão."

Em relação ao acréscimo no valor do contrato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelas provas do Enem, o ministro ressaltou que o preço estava congelado havia dez ano e é preciso analisar o custo por aluno.

"O valor final com gráfica e distribuição é de R$ 45 (por aluno). Você acha caro?", perguntou. Segundo Haddad, a análise sobre o acréscimo no valor global é "um equívoco" e o custo por aluno, em vestibulares, seria de R$ 90 ou mais. "O Enem é metade do valor de um vestibular."

Condenação. O juiz da 10.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Márcio Rached Millani, considerou que quatro envolvidos no furto e vazamento da prova do Enem cometeram crimes de corrupção passiva e violação de sigilo funcional. Eles foram condenados a penas que variam de 2 anos e 4 meses e 5 anos e 3 meses.

O Enem de 2009 foi cancelado após o Estado denunciar o vazamento da prova ao Ministério da Educação (MEC). O governo cancelou a prova e a realizou outra em nova data.