Título: Na prática, não muda muita coisa. Mas é positivo para o País
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Fonte: O Estado de São Paulo, 26/08/2011, Economia, p. B4

A agora mais famosa agência de classificação de risco do mundo, Standard & Poor"s, que no início do mês rebaixou a nota dos Estados Unidos, fez ontem mais um movimento para mostrar que o Brasil é cada vez mais seguro para os investidores.

A agência mudou para positiva a perspectiva do rating do governo brasileiro para títulos em moeda local (real). Ainda não é uma alteração efetiva - como já fez a concorrente Fitch -, mas indica que o caminho até lá é curto. Espera-se que, nos próximos meses, a nota do País seja elevada novamente.

A justificativa para a mudança foi técnica. A S&P fez uma série de revisões em sua metodologia e percebeu que, pelo novo critério, o Brasil já está mais perto da melhora do que a agência imaginava antes. Em maio, a S&P já havia elevado a perspectiva para o rating em moeda estrangeira - ou seja, papéis emitidos pelo governo brasileiro em outras moedas, como o dólar.

Apesar da justificativa eminentemente técnica, a agência voltou a reconhecer que os fundamentos macroeconômicos do País vêm melhorando - apesar da crise. "Um contínuo compromisso em atingir as metas fiscais, juntamente com uma política monetária prudente, que contém as expectativas de inflação, pode gradualmente preparar o terreno para uma confiança maior", disse, em seu tom costumeiramente cauteloso.

Empresas como a S&P têm sido duramente criticadas nos últimos anos. Começou pela crise da Ásia, entre 1997 e 1998, e culminou com a crise atual. Mas, a despeito de toda a gritaria, suas recomendações são seguidas por milhões de investidores mundo afora. Boas ou ruins, competentes ou incompetentes, sua opinião é importante. Por isso, melhor ser bem do que mal avaliado por elas.

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