Título: Mercado interno sustentou setor de serviços na crise
Autor: Nakagawa, Fernando ; Froufe, Célia
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/08/2011, Economia, p. B1

Segundo pesquisa do IBGE, receita operacional do setor cresceu 10,9% em 2009 na comparação com o ano anterior

A força do mercado interno brasileiro sustentou o crescimento do setor de serviços durante a eclosão da crise econômica mundial, segundo a Pesquisa Anual de Serviços, referente a 2009, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A receita operacional líquida cresceu 10,9% em 2009 ante 2008, mostrando vigor em plena crise, embora o crescimento em 2008 ante 2007 tenha sido maior, de 18%.

O levantamento levou em conta apenas empresas de serviços não financeiros. "A variação na receita nominal não foi tão grande quanto a registrada em 2008, mas ainda assim é significativa frente aos outros setores ", disse o economista Guilherme Telles, analista do IBGE. "O ano de 2009 é especial, porque ainda temos os reflexos da crise. Mas o Brasil se recuperou bem e o setor de serviços tem um papel nesse desempenho."

Em 2009, o IBGE estimou em 918,2 mil as empresas de serviços no País. A receita operacional líquida foi de R$ 745,4 bilhões. O setor empregou 9,7 milhões de pessoas no ano do levantamento, pagando R$ 143,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.

As empresas do segmento de serviços prestados às famílias foram as mais numerosas, somando 288.286 unidades, ou 31,4% do total das companhias de serviços. Entretanto, as empresas de serviços profissionais, administrativos e complementares empregaram mais, sendo responsáveis por 3,89 milhões de pessoas ocupadas e R$ 49,3 bilhões em pagamentos com remunerações. As atividades imobiliárias registraram o maior crescimento em 2009 na receita operacional líquida, de 23,8%, seguidas pela dos serviços prestados às famílias, que subiu 21,2%.

As empresas do Sudeste foram responsáveis por 66,4% da receita bruta de prestação de serviços, 60,7% do total de pessoal ocupado, 67,2% da massa de salários, e 60,2% do número de empresas.