Título: Proteção ajudaria a consolidar processo de recuperação
Autor: Dantas, Iuri
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/09/2011, Vida, p. A15

Uma ONG patrocinada pela Petrobrás para estudo e preservação das baleias-jubarte concorda com a zona de exclusão sugerida pela Conservação Internacional. Segundo Marcia Engel, presidente do Instituto Baleia-Jubarte, "qualquer proteção do banco de Abrolhos, não só das baleias, como dos corais e peixes, de qualquer atividade humana é sempre benvinda" porque ajudaria a consolidar um processo de recuperação da área.

Depois de quase desaparecerem da costa brasileira, as baleias passam por censo a cada três anos e em 2008 chegaram a 9,3 mil indivíduos, segundo Engel. Os animais se dirigem a Abrolhos no período de acasalamento, o que torna a área ainda mais sensível para a espécia.

Segundo Engel, os mamíferos vêm enfrentando problemas cada vez maiores em outras regiões do globo e, por isso, se refugiam em Abrolhos sempre que podem. "Eles lidam com mudança climática global, maior tráfego de embarcações de pesca e maiores níveis de ruído no oceano", descreveu.

Mesmo seguindo as normas em vigor, empresas como a Perenco e a OGX enfrentaram nesta semana pedidos do Greenpeace para que deixem "as baleias namorarem", título de uma campanha pública da ONG.

"Não discutimos se o petróleo é bom ou ruim, o que a gente quer é uma moratória enquanto não existir medidas para mostrar que a área de baleias e quelônios estará livre de um possível vazamento", disse Nilo D""Ávila, coordenador de políticas públicas da ONG. "Pelo bem do coral, a gente pede que não aconteça a exploração nos próximos 20 anos."