Título: TV paga pode dobrar em 4 anos, diz governo
Autor: Rodrigues, Eduardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/09/2011, Negócios, p. B18

Para ministro das Comunicações, abertura do setor para as teles, aprovada pelo Congresso, pode atrair mais 11 milhões de assinantes nesse período

O Brasil poderá ganhar 11 milhões de novos assinantes de TV paga nos próximos quatro anos graças à abertura do mercado a cabo para as operadoras de telecomunicações e à redução das limitações ao capital estrangeiro no setor. A avaliação foi feita ontem pelo Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

"Vamos dobrar a quantidade de assinantes nos próximos anos, todos eles com acesso também à internet de alta velocidade", disse Bernardo, em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado. O PLC 116, aprovado no mês passado no Congresso, deve ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff na próxima semana.

Para o ministro, que defendeu abertamente a proposta durante sua tramitação, o projeto possibilitará a entrada de grandes companhias de telecomunicações no mercado, bem como abrirá as portas a centenas de empresas menores, com interesses voltados para os pequenos e médios municípios que atualmente não contam com o serviço. "Já nas grandes cidades, as empresas vão se estapear pelos clientes, o que vai melhorar a qualidade e diminuir o preço", completou.

Críticos da medida dizem, porém, que as grandes empresas do setor passam a ter um poder cada vez maior, o que pode, na verdade, dificultar a concorrência.

Bernardo também comentou o leilão de quatro posições orbitais para satélites realizado esta semana pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os equipamentos, afirmou, possibilitarão uma cobertura de melhor qualidade e com menor preço para regiões remotas do País, principalmente a Amazônia.

"Temos informações de que parte dos transponders (equipamentos responsáveis pela transmissão e recepção no satélite) dos quatro novos satélites estará voltada para a região Norte do País. O sinal terá melhor qualidade", afirmou Bernardo.

O ministro destacou o investimento total de R$ 254,4 milhões por parte das empresas que ficaram com as quatro vagas no céu para a instalação dos satélites. "As companhias fizeram um investimento grande porque pretendem colocar os equipamentos em operação o mais rápido possível, em até dois anos."

A intenção do governo também é reforçar a capacidade brasileira de transmissão de dados e imagens para a Copa do Mundo de 2014. A Star One, do grupo Embratel, adquiriu o direito de exploração de duas posições orbitais, enquanto a HNS Americas, do grupo Hughes, ficou com as outras duas.

Promessa

PAULO BERNARDO MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES

"Vamos dobrar a quantidade de assinantes nos próximos anos, todos eles com acesso também à internet de alta velocidade."

"Nas grandes cidades, as empresas vão se estapear pelos clientes, o que vai melhorar a qualidade e diminuir o preço."

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