Título: Investigação sobre PSD é arquivada
Autor: Mendes, Vannildo
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/08/2011, Nacional, p. A10

A Corregedoria-Geral do Município mandou arquivar o processo de apuração do suposto esquema na Prefeitura de São Paulo para recolhimento de assinaturas em apoio à criação do Partido Social Democrático (PSD) - sigla fundada e presidida pelo prefeito Gilberto Kassab.

A corregedoria entendeu que não houve uso da máquina pública por partidários de Kassab, que sempre afirmou estar afastado do processo de registro do PSD.

A decisão do corregedor-geral do município, Edilson Mougenot Bonfim, foi publicada ontem no Diário Oficial da Cidade. De acordo com a nota, não foram encontradas irregularidades durante a investigação.

Kassab, por sua vez, relatou não ter conhecimento da decisão da Corregedoria-Geral. Em agenda pública, o prefeito repetiu o mesmo discurso feito quando as denúncias vieram à tona através da imprensa. "Não existe, em hipótese nenhuma, interferência do poder público na coleta de assinaturas", disse.

A pedido do Ministério Público, toda a documentação obtida na apuração será enviada à Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), que mantém investigação sobre o registro do PSD. A PRE confirmou ter enviado um ofício à Corregedoria-Geral do Município solicitando as informações e agora aguarda o envio dos dados pela Secretaria do Governo Municipal para dar continuidade às apurações próprias.

A investigação dentro da Prefeitura teve início após o Estado revelar que servidores municipais estavam em campanha pelo registro do PSD. Em junho, uma funcionária comissionada de uma subprefeitura disparou e-mail no qual dizia ter sido incumbida de uma missão pelo seu "chefe-mor" (Kassab): reunir o maior número de assinaturas em prol do registro do novo partido. Um subprefeito da zona leste confirmou, sob condição de anonimato, que também recebeu o pedido.

Na mesma semana, reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostrou que a Subprefeitura da Freguesia do Ó, zona norte, era usada como ponto de recolhimento de assinaturas. À época, Kassab negou ter dado ordens a servidores e classificou o e-mail da funcionária como uma manifestação pessoal que "qualquer pessoa poderia fazer".

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