Título: Dia da Pátria terá desfile e ato contra corrupção
Autor: Monteiro , Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/09/2011, Nacional, p. A8

Marcha organizada por intermédio das redes sociais promete atrapalhar "com muito barulho" a parada oficial do Sete de Setembro em Brasília

BRASÍLIA - Enquanto a presidente Dilma Rousseff estiver cercada por autoridades assistindo hoje ao desfile em comemoração ao dia da Pátria, do outro lado da Esplanada uma marcha contra a corrupção promete atrapalhar "com muito barulho" a festa governamental.

A parada oficial começará às 9 horas. A presidente chegará em carro aberto e vai assistir à cerimônia acompanhada da maioria dos ministros de Estado, que normalmente é encerrada com a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, com manobras de aeronaves da Força Aérea.

A marcha anticorrupção passará a uma distância de cerca de 300 metros do palanque presidencial e, por isso, a Polícia Militar precisou reforçar a segurança na Esplanada. Mesmo com reforço nas grades que separam o gramado e as arquibancadas onde o público poderá ficar, no Palácio do Planalto havia na terça-feira, 6, uma preocupação com a proporção que poderia tomar a marcha não oficial. Os manifestantes prometeram levar muitas vuvuzelas, tambores, apitos e tudo que pudesse fazer barulho, além de faixas e cartazes com dizeres contra a corrupção no País.

Um dos organizadores da manifestação, o empresário Walter Magalhães, de 28 anos, disse que, apesar de a maior parte da convocação da população ter sido via redes sociais, há uma expectativa de comparecimento de 20 mil pessoas na passeata. "É um protesto apartidário, sem qualquer envolvimento com política", afirmou ao Estado, pedindo a todos que compareçam e usem camisetas pretas, em sinal de luto.

Magalhães informou que a marcha sairá às 10 horas e que todos vão tentar chegar em algum ponto em frente ao palanque presidencial, mesmo que à distância, "para que as autoridades e os políticos vejam os manifestantes e percebam nossa indignação".

"Não adianta ficar inconformado sentado no sofá de casa. Precisamos fazer alguma coisa para mostrar que estamos vivos e contra isso tudo que está acontecendo", desabafou.