Título: Nos EUA, 15,1% da população é pobre
Autor: Chacra, Gustavo
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2011, Economia, p. B12

Dados do Censo deste ano mostram que 46,2 milhões vivem abaixo da linha da pobreza

Em mais uma má notícia para o presidente Barack Obama, 46,2 milhões de americanos estão abaixo da linha de pobreza, o que equivale a 15,1% da população. O número absoluto é recorde histórico. Já o porcentual atingiu o maior patamar desde 1993. Em 2009, eram 43,6 milhões de americanos (ou 14,3%).

As informações foram divulgadas ontem pelo Censo dos Estados Unidos que compila os dados sobre a pobreza há mais de meio século. Segundo analistas, o cenário atual se complica ainda mais se for levado em conta a taxa de 9,1% de desempregados.

A pobreza cresceu entre 2009 e 2010 entre os hispânicos, negros e brancos, não tendo alteração entre os asiáticos, de acordo com o governo americano. Entre os menores de 18 anos, a situação ainda é mais grave - 22% vivem abaixo da linha de pobreza. Além dos que já são considerados pobres, outros 3,2 milhões são mantidos acima desse patamar graças ao seguro-desemprego e 20,3 milhões através do seguro social.

Cada vez mais, os americanos procuram instituições como o Centro de São Francisco, em Los Angeles. A agência sem fins lucrativos, especializada em serviços de alimentação aos necessitados, oferece assistência diária em programas e serviços para famílias de baixa renda, jovens e moradores de rua.

A média de renda familiar teve uma queda de 6,4% em relação a 2007, último ano antes da crise econômica que os Estados Unidos ainda lutam para sair.

O valor está atualmente em US$ 49.445. Em valores brutos, quando comparado ao ano 2000, a diminuição foi de mais de US$ 6.000.

Parâmetro. Nos Estados Unidos, as pessoas são consideradas abaixo da linha da pobreza quando uma família de quatro pessoas possui uma renda anual abaixo de US$ 22.113, em critérios muito mais rigorosos do que no Brasil. Em reais, seriam R$ 37 mil por ano, ou um salário mensal de mais de R$ 3 mil, o que colocaria a pessoa na classe média.

Quando se leva em conta a linha de miséria, abaixo dos US$ 11 mil anuais, há 20 milhões de americanos, ou 6% do total da população, Em outro dado considerado alarmante, quase 50 milhões de habitantes dos Estados Unidos com menos de 65 anos não possuem seguro saúde.

Apesar desses números, a questão do crescimento da pobreza tem sido abordada apenas indiretamente, quando ligada ao desemprego. Na semana passada, o presidente apresentou um ambicioso plano de US$ 450 bilhões ao Congresso para criar novos postos de trabalho.